O vazamento na plataforma da Chevron, no Campo de Frade, em 8 de novembro, foi causado por “falha humana”. A Polícia Federal tem essa certeza após uma semana de depoimentos.

“Não tenho dúvida de que houve falha humana. Acidente não foi. O que não dá ainda é a quem atribuir ou a quantas pessoas podem ser atribuídas. Isso ainda será descoberto ao longo das investigações”, diz o delegado Fábio Scliar, da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da PF, no Rio.

A certeza do delegado Scliar ocorre após ouvir seis funcionários da Chevron e um da TransOcean.

Também foram chamados a depor no inquérito, um funcionário do Ibama e uma diretora da ANP (Agência Nacional de Petróleo) que como testemunhas auxiliaram em detalhes técnicos.

A PF agora quer saber se no dia em que houve o vazamento havia condições metereológicas para a aplicação do plano de emergência.

Agentes federais já sabem que no dia 15, data em que a PF visitou a plataforma, não havia condições metereológicas para que o plano de contenção da mancha de óleo fosse colocado em prática.

Na ocasião, havia, por exemplo, ondas de seis metros na área da mancha.

A PF espera para os próximos dias os detalhes de como estava o tempo na região do Campo de Frade nas datas de 6, 7 e 8 de novembro. Datas anteriores ao vazamento e no dia do caso.

Editoria de Arte/Folhapress

Outro passo da investigação será responsabilizar as empresas Brasco e Contecom, contratadas pela Chevron para armazenar o óleo retirado do campo de Frade.

Policiais que visitaram o depósito em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, comprovaram que os resíduos estão contaminando a rede pluvial.

O delegado Fábio Scliar recebeu fotos do local que serão anexadas ao inquérito.

Ele não quis fazer comentários sobre as fotografias. Disse apenas que irá analisá-las.

Agentes federais da Superintendência do Rio dizem que há piscinas transbordando óleo e caindo diretamente em ralos que levam à rede.

Também há sacos com material sólido, oleoso, amontoados em um canto do depósito. Alguns com a data para processamento até 29 de setembro de 2011.

fonte: folha de sp