“Volta das Transições” passa por dez municípios do interior de Minas Gerais, tem 408 quilômetros de extensão, grande diversidade ambiental e recebe ciclistas desde o último mês
 Por Gabriel Fialho
Se cada vez tem crescido a opção por bicicletas para se deslocar nas grandes cidades, os brasileiros também têm pedalado na hora de viajar e novos roteiros de cicloturismo têm surgido no país. É o caso da “Volta das Transições”, no interior de Minas Gerais, estruturado no último mês. O circuito prioriza as estradas de terra que cortam os municípios do sul do estado e que integram o Circuito Turístico Serras de Ibitipoca. Assim, os viajantes que optam pelo roteiro passam pelos municípios de  Bias Fortes, Bom Jardim de Minas, Ibertioga, Lima Duarte, Olaria, Pedro Teixeira, Rio Preto, Santa Rita de Ibitipoca, Santa Rita de Jacutinga e Santana do Garambéu.
A iniciativa faz parte da política do Ministério do Turismo de regionalização das atividades do setor e foi realizada por um consórcio das cidades que fazem parte do roteiro. “O consórcio tem como objetivo desenvolver ações como a Volta das Transições e orientar as cidades com características naturais e culturais semelhantes, a criarem políticas públicas de Turismo”, afirma Felipe Teixeira, presidente da Associação dos Municípios do Circuito Turístico Serras de Ibitipoca.
O nome Volta das Transições foi escolhido por remeter às características do relevo, fauna e flora locais. O trajeto na Zona da Mata mineira passa por diferentes ecossistemas, como a Mata Atlântica e os Campos Altimontanos, incluindo serras, vales e planaltos. Para preparar o circuito, os idealizadores do projeto fizeram as medições dos principais pontos por GPS e sinalizaram o caminho com placas georreferenciadas, que trazem informações como latitude, longitude, hidrografia, altitude, localidade e quilometragem.

Crédito: Maurício Brasilli

O percurso completo, que começa e termina em Santa Rita de Jacutinga, tem 408 quilômetros e foi dividido em sete etapas, com pequenos trechos no asfalto. “Não é um roteiro para amador e teve um foco maior no mountain bike. Há ciclistas que podem fazer uma etapa em dois dias, outros que fazem duas etapas em um dia. Enfim, o importante é estar bem informado sobre a altimetria e as distâncias. Mas a pessoa faz o roteiro como desejar, podendo começar em qualquer município, ou etapa, no tempo que quiser”, explica Teixeira.
A primeira coisa que o turista deve fazer é entrar no site da Volta das Transições e se inscrever. O interessado também recebe, por e-mail, o protocolo de check-in. No documento há espaços para carimbos, dados em pontos específicos ao fim de cada etapa. Ao completar todo o percurso, o ciclista envia uma foto do protocolo e recebe um certificado.
Na página, o viajante também pode baixar um aplicativo para celular com a planilha de navegação, ter acesso aos mapas e detalhes de cada etapa. “Por isso, dizemos que o roteiro é ‘autoguiado’. O turista consegue percorrê-lo sozinho, ou em grupo. Mas, se ele preferir temos duas operadoras cadastradas que dão o apoio logístico aos visitantes”, detalha o gestor.
Pelo circuito há pontos de apoio com pronto-socorro, oficinas de bicicleta, restaurantes, hospedagem, agências bancárias e outros comércios. “Fizemos uma cartilha para os turistas e para a comunidade local, com o objetivo de engajar todos no projeto, porque um dos objetivos é movimentar a economia da região”, informa Teixeira.

Fazenda colonial Santa Clara é um dos atrativos do circuito. Crédito: Maurício Brasilli

Um dos principais atrativos do circuito é o Parque Estadual do Ibitipoca, localizado nos municípios de Lima Duarte e Santa Rita. Com uma área de 1.488 hectares, a unidade de conservação ocupa o alto da Serra do Ibitipoca, uma extensão da Serra da Mantiqueira, e está na divisa das bacias do Rio Grande e Paraíba do Sul.
Outro destaque é a Fazenda Santa Clara, construída entre 1760 e 1780 e tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). A propriedade representa o ciclo colonial na região, caracterizado pelas plantações de café e pela mão de obra escrava, e conserva a arquitetura, arte, objetos e mobiliário da época.

Mais informações:  http://www.voltadastransicoes.com/

Fonte: Ministério do Turismo