As duas commodities mais importantes para o mercado brasileiro -minério de ferro e petróleo- se saíram bem durante toda a crise econômica.

O petróleo encontrou suporte na faixa dos US$ 70 o barril. Esse valor é muito superior ao nível de US$ 20, US$ 30 que prevaleceu no período entre os anos 2000 e 2003 e próximo aos patamares mais elevados observados em 2006 e 2007, de acordo com Alexandre Gartner, diretor de renda variável do HSBC.

Os preços do minério de ferro, por sua vez, devem se recuperar em 2010, diz Gartner.
“Medidos por contratos fechados com o valor de referência, os preços caíram apenas cerca de 30% em 2009 em relação a 2008. Devem se beneficiar com a diminuição da diferença entre oferta e demanda”, afirma o analista.

Isso ocorre depois de uma série de aumentos de preços sem precedentes nos últimos anos, segundo o analista.

Para Marília Dubois, coordenadora de fundos ativos de renda variável, há possibilidade de o mercado ficar mais apertado, com demanda forte. A commodity está hoje na faixa de US$ 64 por tonelada. “Vai para pelo menos US$ 76”, pelas projeções da analista.

Com relação ao aço, analistas se mostram mais cautelosos. Há ainda excesso de capacidade no mercado.

“O panorama para a siderurgia não é tão claro, ainda há riscos no horizonte”, diz Dubois.
“Vão ter aumento de matérias-primas, de carvão e minério de ferro. Vão ter que ter capacidade para repassar o aumento de custo ao preço, o que, com a economia dos países desenvolvidos não tão pujante, talvez, não seja tão fácil”, observa a analista.

NA BOMBA

O etanol teve alta, em média, de 0,80% no país em dezembro, para R$ 1,929 o litro, segundo levantamento da Ticket Car. A variação já significa 21% de aumento se somada aos últimos cinco meses, quando a trajetória crescente começou. Com isso, o álcool fechou 2009 com vantagem em só nove Estados, entre eles Mato Grosso, que lidera, pelo segundo mês, a lista dos Estados com melhor custo-benefício nos postos de abastecimento.

Folha de São Paulo