Sirte, seu bastião, é cercada; ditador propõe negociar governo de transição com rebeldes, que rejeitam ideia

Organização diz que gaddafistas mataram 17 prisioneiros e executaram dezenas de civis na capital, Trípoli

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os rebeldes líbios que tentam capturar Muammar Gaddafi avançaram ontem sobre os últimos redutos do ditador e anunciaram estar a 30 km a oeste de Sirte, cidade natal do líder.
Localizada a 450 km a leste da capital Trípoli, Sirte é o principal bastião das tropas gaddafistas. Considerada um dos possíveis esconderijos do ditador, se tornou alvo de intensos bombardeios da Otan.
Ontem, os rebeldes anunciaram a tomada do controle de Bin Jawad e de Ras Lanuf, a 140 km a leste de Sirte.
Na semana passada, as tropas pró-ditador travaram intensos combates com os rebeldes na região e impediram o avanço dos oposicionistas.
Segundo Ahmad Bani, porta-voz dos rebeldes, os gaddafistas usaram a população como escudo. “Avançamos até sermos impedidos em Bin Jawad.
Seus seguidores [de Gaddafi] se encontram em meio às famílias e estamos tratando de evitar baixas”.
Na última semana, os rebeldes tomaram o controle de Trípoli e da fronteira com a Tunísia.
O porta-voz do ditador, Moussa Ibrahim, entrou em contato com lideranças rebeldes para negociar uma transição, que seria conduzida por seu filho Saadi.
Os rebeldes -que oferecem recompensa de US$ 1 milhão (R$ 1,7 milhão) pela captura do ditador- não aceitaram discutir a ideia.
A organização Human Rights Watch diz ter indícios de que as tropas leais a Gaddafi tenham matado 17 prisioneiros e executado dezenas de civis quando os rebeldes avançaram sobre Trípoli.
Os rebeldes disseram ontem que não extraditarão Abdel Basset Megrahi ao Ocidente. Ele foi condenado pelo atentado de Lockerbie, a explosão de um avião em 1988 sobre a Escócia, deixando 270 mortos. Segundo a CNN, ele estaria em coma.

 

Fonte: Folha