Confraternizações de partidos deixam a decisão só para 2012

DE BRASÍLIA

Discutido no Congresso há 12 anos, o fundo de previdência complementar do servidor será votado só em 2012.

A justificativa oficial para o adiamento é que os deputados precisavam participar de confraternizações de final de ano de seus partidos.

A não votação do fundo neste ano é uma derrota do governo, que trabalhou até o fim para aprovar o texto.

Para isso, a presidente Dilma Rousseff havia aceitado aumentar o percentual a ser pago pelo Tesouro Nacional no fundo de 7,5% para 8,5%.

“A sessão ia durar horas, e hoje [ontem] tem confraternização de vários partidos políticos. Ia ter discussão longa, até de madrugada”, afirmou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). “Por isso fizemos acordo para votar em fevereiro.”

Na prática, não havia vontade política dos próprios aliados para a votação. O PDT manifestou posição contrária. Também havia oposição no PT e no PC do B.

Além disso, havia o temor do Planalto que a insatisfação de peemedebistas por causa de desentendimentos entre diretores da Caixa atrapalhasse a votação.

O PMDB atribui ao presidente da Caixa, o petista Jorge Hereda, a briga pelo comando da vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias da instituição.

Hoje o posto é ocupado por Fábio Cleto, apadrinhado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Os peemedebistas acusam o PT de “esvaziar” Cleto para assumir a vaga.

Ontem, a Câmara aprovou projeto que cria 66 cargos para o PSD, mas incluiu um “contrabando” no projeto e recriou 300 cargos que deveriam ser extintos. O presidente da Casa, Marco Maia (PT), prometeu revogar a decisão e extinguir os cargos.

(MARIA CLARA CABRAL E ANDRÉIA SADI)

fonte: folha de sp