*Objetos raros de Cartola, Zé Ketti e Silas de Oliveira integram a instalação
*Neta de Cartola é a curadora da mostra, que vai até 4 de novembro

museudosamba4Para quem aprecia a cultura da arte e está de passagem pelo Rio de Janeiro, a dica é visitar a exposição “100 anos do Samba”, no Museu do Samba, que conduz o visitante pela história e atmosfera do mais genuíno dos gêneros musicais do Brasil. Os ambientes são ilustrados por pinturas de arte alusivas a épocas e localidades como a Pequena África de Tia Ciata, o Estácio do início do século XX, a Pedra do Sal e o Morro da Serrinha.
O público tem acesso a objetos raros, como o violão usado por Cartola para compor e o manuscrito de “As rosas não falam”, a carteira original de filiação (número 01) de Silas de Oliveira à ala de compositores do Império Serrano e um terno de Zé Katti. O registro de “Pelo telephone”, de Donga, considerado o primeiro samba da história – integrante do acervo da Biblioteca Nacional – está logo no primeiro ambiente da mostra.
Dois instrumentos musicais criados por sambistas também ganham destaque na instalação: o repique de mão, invenção de Ubirany, do Cacique de Ramos, e o agogô de dez bocas, inovação de Ciro do Agogô. Indumentárias usadas em desfiles na Sapucaí por personalidades como Dodô da Portela, Aluísio Machado, Dona Ivone Lara e Tia Glorinha do Salgueiro, um figurino da carnavalesca Rosa Magalhães, um croqui de Fernando Pamplona e um pandeiro de Bira Presidente, do Cacique de Ramos, entre outras peças do acervo de grandes nomes do samba e do carnaval, também estão expostos.
Além de contextualizar histórica e geograficamente a trajetória do gênero, a mostra “100 Anos do Samba” homenageia e coloca como protagonistas do centenário os sambistas dos terreiros, rodas e escolas de samba do Rio. Na instalação “A força feminina do samba”, 19 mulheres tiveram seus rostos (e sorrisos) estampados em pandeiros. Entre as damas retratadas estão Dona Ivone Lara, Alcione, Beth Carvalho, Dona Neuma, Tia Nilda, Tia Surica e Selminha Sorriso. Em pinturas em dois grandes painéis, Dona Zica e Neguinho da Beija-Flor também ganharam homenagens.
Na parte dedicada às agremiações carnavalescas e rodas de samba, a exposição apresenta os setores intitulados “Celeiro de bambas” e “A importância das escolas de samba”.  No primeiro, são apresentados o Cacique de Ramos, o Bafo da Onça, Pagode da Tia Doca, Pagode do Candongueiro e o Clube Renascença.

museudosamba2
Agremiações pioneiras, Estácio, Império Serrano, Mangueira, Portela, Salgueiro e Vila Isabel são destacadas na mostra. Vídeos de alguns de seus desfiles serão exibidos no setor Mapa do Rio de Janeiro, que situa, em um gigantesco mapa do estado, a localização de 72 escolas de samba, 17 rodas de samba e 11 locais de referência, entre eles Pedra do Sal, Morro da Favela, Praça Onze, Igreja da Penha, Sambódromo, Cidade do Samba, Avenida Presidente Vargas e Museu do Samba.

museudosamba1
Serviço:
Com curadoria da pesquisadora Nilcemar Nogueira, neta de Cartola e diretora-executiva do Museu do Samba, a exposição “100 Anos do Samba” entrou em cartaz no Museu do Samba nesta segunda, dia 15 de agosto, com visitação de segunda a sexta, de 10h às 17h. A mostra fica em cartaz até 4 de novembro. A programação faz parte do Circuito Cultural Rio e tem entrada gratuita com o Passaporte Cultural Rio. Sem o passaporte, a entrada custa R$ 10,00 para estrangeiros e R$ 5,00 para brasileiros. O Museu do Samba fica na Rua Visconde de Niterói, 1296, em Mangueira, na região do entorno do Maracanã, Zona Norte da cidade.

museudosamba1
Imagens: Jean Claudio Santana