Pesquisadores afirmam que, se a amamentação não é possível, os bebês devem ser alimentados com fórmulas de proteína que as permitam atingir um padrão de crescimento e um perfil metabólico semelhante às das crianças que mamaram no peito das mães

A alimentação nos primeiros dias ou semanas de vida podem ter consequências sobre a saúde das crianças já mais velhas, aponta um estudo que será apresentado nesta segunda-feira no encontro anual da Pediatric Academic Societies (PAS), em Denver, informou a agência EurekAlert.

Os pesquisadores acompanharam 234 crianças por três anos. No estudo, foi comparado o crescimento, a composição corporal e a pressão arterial de três grupos de recém-nascidos no Departamento Neonatal do Hospices Civils de Lyon. Um grupo recebeu apenas leite materno nos primeiros quatro meses de vida. Os outros dois grupos, que não podiam ser amamentados, receberam dois tipos de fórmulas de proteína.

“Aparentemente, a alimentação com fórmula produz diferenças em alguns perfis hormonais, bem como nos padrões de crescimento, em comparação com a amamentação”, disse Guy Putet, um dos autores da pesquisa. “As consequências a longo prazo, porém, ainda não são bem-compreendidas e podem desempenhar um papel na saúde posteriormente. Ainda são necessários estudos bem delineados a longo prazo.”

Putet, porém, afirma que, se a amamentação não é possível, os bebês devem ser alimentados com fórmulas que os permitam atingir um padrão de crescimento e um perfil metabólico semelhante aos das crianças que mamaram no peito das mães.

Diferenças – As diferenças no desenvolvimento das crianças foram observadas já com quinze dias de vida: os níveis de insulina no sangue foi menor em crianças amamentadas do que em bebês alimentados com a fórmula de proteína. Essas diferenças persistiam aos quatro meses, mas não foram observadas aos nove meses.

Durante o primeiro ano de vida, os padrões de crescimento também foram diferentes entre os grupos. Mas aos três anos de idade já não havia diferença na estatura, no peso ou na composição corporal das crianças. A exceção foi a circunferência da cabeça, um pouco menor num dos grupos alimentados com fórmula, mas ainda dentro da normalidade.

Já a pressão arterial, aos três anos, ainda era maior nas crianças que tinham sido alimentadas com a fórmula de proteína, em comparação com as amamentadas, embora também esses níveis ainda tenham permanecido dentro da normalidade.

Fonte: VEJA