Há quase nove meses, os economistas ouvidos pelo Banco Central apostam em taxas de inflação cada vez mais altas para 2011

O mercado financeiro elevou nesta segunda-feira, mais uma vez, a projeção para a inflação em 2011, segundo o boletim Focus, divulgado nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC). De acordo com a pesquisa, a expectativa para a inflação oficial neste ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de 6,34% para 6,37%, em um patamar ainda mais distante do centro da meta, que é de 4,50% – há uma margem de tolerância de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo. Pelo critério diário, desde a segunda quinzena de agosto do ano passado, o mercado elevou seguidamente suas apostas para a inflação de 2011.

No caso da inflação de curto prazo, os economistas ouvidos pelo BC elevaram de 0,79% para 0,81% a previsão para o IPCA de abril. Para a inflação de maio, a taxa prevista passou de 0,41% para 0,43%.

Em contraste com as expectativas para a inflação neste ano, as apostas para o IPCA do ano que vem estão estabilizadas em 5,00% desde o início de abril. Sinal de que o mercado acredita que as ações tomadas pelo governo federal em 2011 para mitigar a inflação terão efeito mais concreto apenas no próximo ano.

Para o crescimento da economia em 2011, os economistas entrevistados para a pesquisa Focus projetam um avanço do PIB de 4,0%. Para o ano que vem, contudo, a estimativa para o PIB avançou de 4,21% para 4,25%.

Juros e dólar – Em reação ao recado dado pelo BC na última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), de que o ciclo de alta da taxa de juros será mais longo, os analistas subiram a previsão para a Selic (a taxa básica de juros da economia) para o fim de 2011, de 12,25% para 12,50% ao ano. Atualmente, a taxa está em 12% ao ano. A projeção para a taxa no fim de 2012 passou de 11,75% para 12,00% ao ano.

No mercado de câmbio, os analistas preveem que o dólar encerrará 2011 em 1,62 real, valor inferior ao estimado na semana anterior, de 1,65 real. A projeção do câmbio médio no decorrer de 2011 passou de 1,62 real para 1,61 real. Para o fim de 2012, a previsão para o câmbio permaneceu em 1,70 real.

(com Agência Estado)

Fonte: VEJA