O governo da Venezuela iniciou, nesta segunda-feira, um programa de racionamento de água na capital, Caracas. Diversos distritos da cidade ficarão 48 horas sem água na próxima semana.

A medida é uma tentativa de lidar com o déficit hídrico de 25% e deve permanecer em vigor por seis meses, até o retorno da estacão de chuvas no país.

Segundo o presidente, Hugo Chávez, as fontes que fornecem a água para a capital registram níveis historicamente baixos por conta do clima seco dos últimos meses. Chávez responsabiliza os efeitos climáticos do fenômeno El Niño pela estacão seca e a consequente falta de água nos reservatórios que abastecem Caracas.

Na última semana, Chávez pediu aos venezuelanos que parassem de “cantar no chuveiro” e não tomassem banhos de mais de três minutos.

Investimento
Mas, de acordo com o correspondente da BBC em Caracas, Will Grant, os críticos do governo afirmam que o problema das secas foi exacerbado pela “falta de investimento crônica” em sistemas de abastecimento e tratamento de água e aquedutos.

Segundo o presidente do Imas (Instituto Municipal de Águas de Sucre), o oposicionista Norberto Bausson, os problemas acontecem em Caracas porque o sistema de abastecimento de água não cresceu na mesma proporção que a cidade nos últimos dez anos.

“Não se construiu nada na última década nem se tomaram medidas para reduzir a demanda, porque temos um déficit de 2 mil a 4 mil litros por segundo”, disse ele à BBC Mundo.

De acordo com Grant, há preocupação sobre o impacto do racionamento nos bairros mais pobres da cidade, já que muitos deles são dependentes de suprimentos de água potável de emergência, fornecido em caminhões-pipa a cada onze dias.

BBC Brasil