Pela primeira vez no ano, ele subiu em todos os cenários, surgindo na frente ou empatado com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil).

A rejeição à candidata de Lula passou para 40%, contra 34% na última pesquisa, em junho. A rejeição a Serra também aumentou, de 25% para 30%.

O tucano e a petista sofreram queda nos dois cenários em que é possível fazer comparação com a pesquisa anterior, divulgada há três meses.

A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 14 de setembro com 2.002 entrevistados em 142 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Pela primeira vez também, entra na pesquisa a senadora Marina Silva (PV-AC).

No cenário mais plausível hoje, Serra tem 35%, Ciro 17%, Dilma 15% e Marina 8%. Como a pesquisa tem margem de erro de dois pontos, Ciro e Dilma estão tecnicamente empatados.

Sem Marina e em cenário comparável a junho, Serra e Dilma caem e Ciro e Heloísa Helena crescem. Serra recua de 38% para 34%, Dilma de 18% para 15%, enquanto Ciro sobe de 12% para 17% e Heloísa Helena de 7% para 10%.

Com o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), no lugar de Serra, Ciro assume a liderança com 28%, dez pontos à frente de Dilma. Aécio fica em terceiro, com 13% e Marina em quarto lugar, com 11%.

A pesquisa mostra Serra e Ciro como os candidatos com os menores índices de rejeição: 30% disseram que não votariam de jeito nenhum no tucano e 33% que não votariam no deputado do PSB. O índice de rejeição de Dilma e Heloísa Helena é o mais alto, 40%. O de Aécio e Marina é de 37%.

Segundo Amauri Teixeira, consultor da MCI Estratégia, que analisa os dados do Ibope a pedido da CNI, a intenção de voto, a mais de um ano para a eleição, é “muito volátil”.

Segundo ele, o crescimento de Ciro pode ter sido motivado por sua exposição no programa do PSB. Marina também teve grande exposição na mídia após sua filiação ao PV. Quanto a Dilma, Teixeira diz que é difícil precisar o motivo da queda.

Ciro afirmou que o resultado é consequência de seu trabalho e reforça a tese de que o melhor para Lula é apresentar duas candidaturas. “Tenho trabalhado pra burro. Cheguei hoje [ontem] de Tocantins, de madrugada. Vivo em campanha.”

Enquanto aliados de Serra escolhem Ciro como adversário ideal, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, insiste na participação do PSB numa aliança com o PT. “Para o eleitor, fica mais fácil identificar os dois projetos. E o Ciro faz parte do nosso projeto”, afirmou.

Folha de São Paulo