A "cola" que o mexilhão usa para se grudar nas rochas pode ser aplicada em cirurgias para reparar membranas fetais, pode virar um forte adesivo de ossos quebrados ou dentes, além de ser fonte de remédios que destruam células cancerígenas, indicam pesquisadores. Testes clínicos já estão sendo feitos com um material que imita as proteínas aderentes dos mexilhões

Uma versão sintética do adesivo poderoso que mantém os mexilhões grudados nas rochas apesar da força das ondas pode ter aplicação em cirurgias e tratamentos contra o câncer, indicaram pesquisadores.

Os cientistas criaram um material que imita as proteínas aderentes dos mexilhões e pode ter aplicações médicas importantes para reparar membranas fetais ou criar medicamentos que destruam células cancerígenas.

Phillip Messersmith, professor de engenharia biomédica na Universidade Northwest, nos Estados Unidos, é um dos pesquisadores que buscam reproduzir as qualidades do mexilhão em uma substância sintética. Com sua equipe, desenvolveu uma versão resistente à água que serviria para fechar feridas internas, entre outras aplicações médicas.

Resultados do estudo foram apresentados pelo pesquisador durante a reunião anual da Associação Americana pelo Avanço da Ciência (AAAS, em inglês), reunida em Boston, nos Estados Unidos, de 14 a 18 de fevereiro.

Testes clínicos já estão sendo realizados com a colaboração de pesquisadores europeus. Outro sintético em que trabalham poderia ajudar a reparar ossos quebrados ou dentes.

Além das pesquisas no campo da medicina, a bióloga Emily Carrington, da Universidade de Washington, usa a “cola” dos mexilhões como indicador de mudanças ambientais.