Escondida no meio do caminho entre São Paulo e Rio de Janeiro, Cunha costuma passar despercebida por turistas menos atentos. Pouca gente sabe que a pequenina cidade tem atrações para casais, famílias e aventureiros. Na paisagem estão parques, rios, cachoeiras e trilhas históricas emolduradas pela mata Atlântica, além de ateliês, boa comida, pousadinhas aconchegantes para os namorados e hotéis-fazenda para quem está com os filhos a tiracolo.

Duas reservas protegem a natureza caprichosa que emoldura a região – o Parque Estadual da Serra do Mar e o Parque Nacional da Serra da Bocaina, ambos com trilhas variadas e muitas quedas d’água. Também faz parte do cenário a pedra da Macela, pico mais alto de Cunha, com 1.850 metros de altitude. O acesso é feito a pé, enfrentando dois quilômetros de um caminho calçado. Uma vez lá em cima, a vista panorâmica descortina as baías de Angra dos Reis e Paraty em meio a recortes formados por serras e vales que mais parecem pinturas.

Para os adeptos do trekking, as caminhadas costumam ter um charme a mais caso as opções sejam as históricas Trilha do Ouro e Estrada Real. Ambas foram abertas no século 18 e são apinhadas de cachoeiras e vista para o mar. A primeira tem um percurso de 45 quilômetros – feito em três dias – que era usado como alternativa para levar o ouro extraído em Minas até o litoral sem pagar o imposto cobrado na via oficial. Já o trecho que ainda existe da Estrada Real era utilizado pelos escravos e pode ser percorrido em quatro horas.

Além do contato com a natureza, Cunha oferece ainda um belíssimo artesanato produzido nos vários ateliês de cerâmica espalhados pela cidade. Alguns utilizam a técnica oriental dos fornos noborigama, construídos com tijolos refratários e capazes de produzir um calor de até 1.400 graus. Os efeitos coloridos e manchados nos vasos, pratos, luminárias e esculturas são produzidos por chamas que não são controladas pelos artesãos, o que torna o resultado do trabalho uma incógnita até mesmo para os artistas. A surpresa virou uma das atrações de Cunha – nas datas marcadas pelos ateliês para abrirem seus fornos, o movimento de turistas é intenso.

No mês de julho, a cidade realiza seu Festival de Inverno, com shows musicais, exibição de filmes, apresentação de grupos de dança e de teatro nas praças, igrejas e espaços culturais. Também fazem parte da programação os eventos gastronômicos, com palestras, cafés coloniais e menus especiais inspirados na comida caipira, servidos nos restaurantes e fazendas da região.

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