Estudo aponta que líderes regionais governistas teriam mais votos em novos Estados

FELIPE LUCHETE
DE BELÉM

Se o eleitor paraense votar “sim” no plebiscito sobre a criação dos Estados de Tapajós e Carajás, dividindo em três o território do Pará, o cenário político desses novos eleitorados beneficiará principalmente partidos da base aliada do governo federal, como PT, PMDB e PDT.
Nas cidades cotadas para serem capitais dos eventuais novos Estados, lideranças regionais desses partidos, com boas votações para a Câmara dos Deputados e para prefeituras, tendem a concentrar maior número de votos.
É o caso de Maria do Carmo Lima (PT), reeleita em 2008 prefeita de Santarém (oeste do Pará), cotada para ser a capital de Tapajós.
Ela ficou em primeiro lugar na região quando se candidatou a governadora, em 2002. Perdeu, no entanto, para Simão Jatene (PSDB).
Na mesma área, o deputado federal e ex-prefeito Lira Maia (DEM), separatista, se elegeu para a Câmara com quase 50% dos votos válidos da cidade em 2006 -cerca de 65 mil. Em Belém, teve 1.600.
Em Marabá, eventual capital de Carajás (sul do Pará), o secretário estadual de Pesca e Aquicultura, Asdrúbal Bentes (PMDB), pode fazer valer sua boa votação nas eleições para a Câmara para firmar-se líder no novo Estado.
O levantamento foi encomendado em 2010 ao cientista político Roberto Corrêa, da UFPA (Universidade Federal do Pará), pela campanha que tentou reeleger, sem sucesso, a governadora Ana Júlia (PT).
O veterano Jader Barbalho (PMDB) seria privilegiado, segundo Corrêa, com potencial para ser eleito e puxar votos nos três novos Estados.
Para o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), “a discussão [sobre o Pará] não é só técnica ou administrativa, é político-eleitoral”.
Como exemplo, ele aponta articulações do deputado federal Giovanni Queiroz (PDT), separatista, para disputar o governo do hipotético Estado de Carajás, sede de grandes empreendimentos e reservas de minérios da Vale. Queiroz nega.

fonte: Folha de SP