Entre vilãs, estão depressão, psicose e dependência do álcool, mostra estudo da revista científica ‘The Lancet’

Entre os transtornos psiquiátricos apontados, os principais são a depressão, a psicose e a dependência ao álcool (Thinkstock)

Entre os transtornos psiquiátricos apontados, os principais são a depressão, a psicose e a dependência ao álcool (Thinkstock)

De acordo com uma série de estudos feitos pela revista científica britânica The Lancet, divulgada nesta segunda-feira, as doenças mentais comprometem quase um quinto (19%) da vida saudável dos brasileiros, quando se tornam problemas crônicos. Entre as principais vilãs, estão a depressão, a psicose e a dependência do álcool, que podem levar à morte precoce ou à incapacidade para trabalhar e realizar tarefas do dia a dia.

Entre 18% e 30% dos brasileiros já apresentaram algum sintoma de depressão. Só na Grande São Paulo, segundo o estudo, dados coletados entre 2004 e 2007 mostram que o mal atinge 10,4% dos adultos.

E os problemas psiquiátricos vêm ganhando ainda um reforço extra, típico da modernidade: o envelhecimento da população. O levantamento mostra que a mortalidade por demência saltou de 1,8 para 7 ocorrências a cada 100.000 óbitos, entre 1996 e 2007.

Raio-X – A pesquisa feita pelo The Lancet sugere ainda que governo brasileiro amplie gastos na área de saúde, melhore a infraestrutura para reduzir a elevada dependência de serviços privados e reforce as ações para o combate à obesidade e à dengue. Os cientistas destacam a necessidade de ampliar o controle de propagandas de alimentos infantis, tabaco e outros produtos potencialmente prejudiciais, como álcool e refrigerantes com açúcar.

Preparado por um grupo de 29 pesquisadores brasileiros, o trabalho mostra – por meio da análise de uma série de estudos e dados estatísticos – que, embora o acesso da população aos serviços de saúde tenha aumentado, a qualidade do atendimento em muitas áreas ainda é ruim. Gastos públicos são menores do que o ideal e, apesar do sucesso alcançado no controle de algumas doenças infecciosas, o Brasil fracassou no controle da dengue e da leishmaniose.

Mesmo o programa de aids, sempre alvo de referências elogiosas, é visto como uma estratégia que precisa ser aprimorada, sobretudo com o aumento de recursos para diagnóstico e tratamento em municípios de pequeno e médio porte. Entre os sucessos destacados pela publilcação, está a redução da mortalidade infantil, a interrupção da transmissão da doença de Chagas pelo barbeiro, a queda no índice de mortes por diarreia e cólera e o controle da doenças pelo uso de vacinas. Também é destacada a redução das infecções por hepatite A e B.

(Com Agência Estado)

Fonte: VEJA