O possível conflito entre a produção de alimentos e a geração de combustíveis renováveis – argumento utilizado para atacar as pesquisas brasileiras com o biodiesel – foi negado durante a mesa redonda que teve como tema “Bioenergia – Biocombustíveis como alternativa viável para combustíveis fósseis”, realizada durante debate na programação do Fórum Global de Energias Renováveis, em Foz do Iguaçu.

De acordo com o moderador da discussão, João José de Nora Souto, secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, ao contrário do que afirmam os críticos, a plantação de mamona, dendê, girassol e algodão (algumas das principais matérias-primas do biodiesel) não concorre com a produção de alimentos. Segundo Souto, exemplo disso será dado em breve, quando o Brasil for aumentar a sua demanda por biodiesel.

Muitos dos diagnósticos e conclusões foram amparados em previsões. Dan Arvizu, diretor do Laboratório Nacional de Energia Renovável (da sigla em inglês NREL), dos Estados Unidos, disse que “de 2005 e a 2030 haverá, no planeta, um aumento de 55% no consumo de energia.” Um quadro que, diante do aumento no preço do petróleo, exige o desenvolvimento da bioenergia. “Mas isso não será possível sem a aproximação e integração entre tecnologia, mercado e política”, avaliou. A estimativa de José Turbino, que falou em nome de José Graziano da Silva, representante para a América Latina e Caribe da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), é otimista. “Em 20 anos, os biocombustíveis devem atender a 25% da demanda global”, prevê.

Revista Ecoturismo