Vanguarda. Este é o conceito que melhor ilustra a iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO) e as instituições com as quais compõe o Sistema Indústria – Serviço Social da Indústria (SESI), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Instituto Euvaldo Lodi (IEL): neutralização das emissões de carbono com plantio de árvores nativas em área de mata ciliar.

Desde dezembro de 2007, o Sistema Indústria vem fazendo um levantamento do grau de utilização de serviços de transporte, eletricidade, gás, como também a produção de resíduos sólidos e outros das quatro instituições e seus colaboradores em todas as unidades do estado de Rondônia, para chegar ao número de árvores que devem ser plantadas para compensação dos danos causados pela emissão de gás carbônico (CO2) proveniente dessas atividades.

Durante o lançamento da Feira da Indústria do Estado de Rondônia, FEIRON 2008 (10/07/2008), o presidente da FIERO, Euzébio André Guareschi, e o diretor de meio ambiente da Organização Não-Governamental (ONG) Iniciativa Verde, Magno Castelo Branco, assinaram protocolo de intenções para a execução da auditoria que ao final vai outorgar ao Sistema Indústria e à FEIRON 2008 o selo Carbon Free.
A Iniciativa Verde é a instituição, no Brasil, que outorga o selo Carbon Free a empresas que neutralizam suas emissões de gases que provocam o efeito estufa, com metodologia do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas – Intergovernmental Panel on Climate Change), aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) realiza trabalho semelhante, conforme o inventário realizado em sua sede na Avenida Paulista, onde trabalhavam à época 1550 pessoas, a emissão era de 1.244.127,33 kgCO2e (quilogramas de dióxido de carbono equivalentes), restando definir o local do restauro e o volume de árvores a serem plantadas.

Pioneirismo na Amazônia
O Sistema Indústria de Rondônia é pioneiro no país nessa iniciativa para todas as empresas que o compõem dentro de todo o Sistema ligado à Confederação Nacional da Indústria (CNI), e em toda a Região Norte. Também será a primeira vez que a Iniciativa Verde, que outorga o selo Carbon Free a instituições e projetos como os eventos São Paulo Fashion Week; o festival de rock da Motorola, Motomix 2008; o Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Praia 2008; a mostra Casa Arte & Design, entre outros, fará a auditoria numa área fora da mata atlântica.

A neutralização das emissões de carbono da Fiero, Sesi, Senai e Instituto Euvaldo Lodi será compensada com o plantio de árvores em área de mata ciliar na bacia do rio Boa Vista, através do Programa de Recuperação de Matas Ciliares Rio Boa Vista, em Ouro Preto d´Oeste, que vem sendo desenvolvido pelo Serviço de Proteção da Amazônia (SIPAM) e a Promotoria de Justiça do município. A área foi geo-referenciada pelo SIPAM.

Parceria
A FIERO vai disponibilizar, através de parceria com o Batalhão de Polícia Militar Ambiental, as mudas de 100 tipos diferentes de espécies nativas, que serão fornecidas, aos produtores rurais da região. A bacia do rio Boa Vista, cujo manancial abastece Ouro Preto d’Oeste, corre sério risco em função da degradação ambiental, a ponto de ameaçar, no período de cinco anos, o abastecimento de água da cidade. “É uma forma de estimularmos as empresas rondonienses a adotar ou ampliar suas políticas de responsabilidade ambiental”, explica o presidente da FIERO, Euzébio Guareschi.

O Ministério Público é o mais novo parceiro do Sistema Indústria rumo ao Carbon Free. No dia 04 de agosto anunciou que tem interesse em neutralizar as emissões de carbono produzidas pela instituição e fará parte do mesmo programa, após reunião entre o subprocurador-geral de justiça, Ivo Benitez, e a promotora de justiça do meio ambiente, Aidee Moser Torquato Luiz, com o superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL) e assessor econômico da presidência da FIERO, Valdemar Camata Júnior.

Por meio da parceria, serão calculadas as emissões de carbono produzidas pelo Ministério Público (MP) e o volume de árvores a serem plantadas para a recuperação de matas ciliares. “Queremos o apoio do MP para a liberação de madeira apreendida para fazer o cercamento das áreas a serem recuperadas”, justificou Camata.

O procurador Ivo Benitez vai levantar as medidas administrativas para que os produtores rurais possam obter madeira certificada para fazer o cercamento das áreas de plantio. Conforme a promotora Aidee Luiz, a Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM) conta com mais de 20 mil metros cúbicos de madeira apreendida.

Capacitação em Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)
As mudanças climáticas têm ocupado a pauta de muitos veículos de comunicação e empresas mundo afora. Antenadas com as questões relativas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO) realizam de 26 a 29 de agosto, paralelo à FEIRON 2008, o Curso de Capacitação em Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL).

O objetivo do curso é apresentar os aspectos básicos relativos às mudanças climáticas, o potencial de negócios no mercado internacional de crédito carbono, analisar a viabilidade de projetos de carbono e apresentar aos empresários e responsáveis municipais os princípios e noções fundamentais sobre a elaboração de projetos de MDL.
O público-alvo desse formato de curso é diretores, gerentes, coordenadores e técnicos conectados ao setor industrial e responsáveis municipais que possuem habilidades para a coordenação e execução dos projetos. A carga horária é de 24 horas. O curso é dividido em quatro módulos: mudança do clima e acordos internacionais; trâmite e institucionalidade dos projetos, e introdução ao ciclo de projetos; oportunidades de negócios e avaliação de atratividade; e projetos de MDL por setor/atividade produtiva.

Os participantes vão fazer sua pré-inscrição (www.cni.org.br / serviços para a indústria / capacitação em mudança climática) e escolher um grupo de interesse conforme as áreas: grupo 1 – setor de energia; grupo 2 – tratamento de resíduos e grupo 3 – reflorestamento. Cada grupo tratará de metodologias aprovadas ou em análise pelo Conselho Executivo; simulação de reduções de gases de efeito estufa (GEE); exercício prático para estimar as reduções certificadas por emissões (RCEs) e seu respectivo rendimento e elaboração de um estudo de conceção de projeto (PDD = project desing document).

O investimento para o curso é uma parcela única de R$250,00 (duzentos e cinqüenta reais) e inclui material didático, coffee-break e certificado.

SERVIÇO

Informações pelos telefones (69) 3216-3421 / 3408 / 3436 e pelo e-mail pollyana.woida@fiero.org.br .

Revista Ecoturismo