O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, afirmou que o ministério discute com o Itamaraty a adoção de metas para cortes de gases-estufa para o período pós-Kyoto e afirmou que a área econômica do governo é favorável à medida.

Para Minc, esta meta poderia equivaler a um terço do que for adotado pelos países ricos a partir de 2003, uma vez que hoje, dentro do Ministério da Fazenda, a posição é a favor das metas por causa dos benefícios que surgirão ao assumi-las.

Até o momento, o Itamaraty sempre rejeitou a adoção de metas obrigatórias, no entanto, o ministro fala sobre uma mudança de posicionamento e, além de metas bem diferentes em relação às das nações desenvolvidas, outras condições do Brasil seriam a transferência de recursos e de tecnologia por parte dos países ricos.

Ainda, segundo o ministro, para atingir a meta, o principal alvo será o desmatamento da Amazônia, responsável por 70% das emissões do Brasil; só que, no entanto, o Plano Nacional de Mudança Climática, elaborado pela equipe dele, não prevê nenhuma medida de redução de desmate.

Neste contexto, Minc afirmou que até o fim do ano pelo menos duas empresas anunciarão doações para o Fundo Amazônia, e que Petrobras, Wal-Mart e AES já tiveram reuniões com o ministério e estão interessadas em investir. O fundo prevê que países e empresas doem dinheiro para o Brasil e que esse dinheiro possa ser usado sempre que o país conseguir reduzir o desmatamento abaixo de certo patamar, mitigando suas emissões. O único país que anunciou apoio ao fundo até agora foi a Noruega, com US$ 140 milhões no primeiro ano.

Revista Ecoturismo