Representante da iniciativa privada de turismo de Rondônia esteve em recente encontro do Fórum de Secretários de Turismo em Belém, durante a Feira Internacional de Turismo da Amazônia – FITA.

Na reunião do Fórum Estadual de Turismo dia 26/11/2008 onde estiveram cerca de 15 representantes de instituições oficiais – SETUR/RO, SEMDES, CPRM, entre outras, se fizeram presentes apenas dois representantes da iniciativa privada – Dárius Vaquer da ABBTUR-RO e J. Anchieta Correia da ABRAJET-RO.

A reunião teve por escopo ouvir o relato do técnico Aristides Cury, que ali compareceu em missão do Ministério do Turismo, por delegação à Federação Nacional de Conventions & Visitors Bureau da qual o mencionado profissional é consultor.

Na sua apresentação o enviado explicou que o Ministério do Turismo estava interessado em fortalecer o turismo na Amazônia, considerando a importância da Região para o desenvolvimento do turismo no País. Adiantou que o MTUR, entre outras iniciativas, pretendia incentivar a implantação de uma Instância de Governança Regional, para apoiar a ação dos Estados junto ao Ministério, possibilitando que os Órgãos Estaduais de Turismo tivessem melhor aproveitamento nas suas atribuições.

Aristides Cury informou que haveria em Belém mais um encontro de Secretários de Turismo (FORNATUR), oportunidade em que seria decidida a implantação de uma entidade não governamental, para articular as ações dos estados da Amazônia, junto a organismos governamentais em Brasília.

Disse mais que Rondônia deveria enviar à reunião de Belém dois representantes: um da iniciativa privada e outro pelo Estado. Com este propósito foi eleito o turismólogo Dárius Vaquer para representar a iniciativa privada e o Superintendente da SETUR-RO responsabilizou-se pelo envio de um representante do Estado.

O encontro dos Secretários aconteceu em Belém, conforme previsto, no dia 3/12/2008. Por essa razão considerou-se oportuno ouvir o depoimento do turismólogo Dárius Vaquer, para que os empresários que representou naquele evento possam acompanhar os acontecimentos.

J. Anchieta – Quem esteve no encontro do FORNATUR representando o Estado de Rondônia?
Dárius – Estive em Belém para participar do seminário de conectividade e assembléia de fundação da Agência de Desenvolvimento do Turismo- ADETUR Amazônia. O Evento ocorreu durante a realização da FITA que é a Feira Internacional de Turismo da Amazônia. Na reunião estavam representantes de diversas entidades dos setores público e privado dos Estados do Norte do Brasil, eu fui representando as entidades da iniciativa privada do nosso Estado. No mesmo evento (a FITA), aconteceu a reunião do FORNATUR que é o Fórum Nacional de Turismo que congrega os gestores do Turismo de todos os Estados do Brasil e naquela ocasião estava presente o alto escalão do ministério do Turismo. A reunião do FORNATUR foi pela manhã, solicitei permissão para assistir, pois tenho interesse em ver a dinâmica do Ministério e a atuação dos dirigentes do Turismo, foi uma oportunidade para conhecer pessoalmente e falar com diversas autoridades do turismo brasileiro – o Senhor Aristides Cury que é consultor do Convention & Visitors Bureu, promotor do encontro, foi cordial ao apresentar-me a quase todos – e observar uma reunião de tamanha importância para a minha atividade profissional. Pelo que pude constatar o Estado de Rondônia não enviou nenhuma representação oficial pelo poder público (Estado e Prefeituras) para nenhum dos eventos nem tampouco corpo técnico para marcar a presença de Rondônia na Feira.

J. Anchieta – Poderia informar se estavam presentes representantes do empresariado de todos os Estados na Amazônia? Cite alguns nomes, por estado.
Dárius – Todos os Estados e algumas Prefeituras estavam representados com entidades da iniciativa privada e do poder público. Anotei José Morais do Acre, Rosangela de Lima de Macapá, Shirley Brito de Roraima, Flavio Adorno do Tocantins e Orlando Rodrigues do Pará.

J. Anchieta – Qual a proposta formulada pelo emissário do Ministério do Turismo, aos Secretários de Estado do Turismo e empresários presentes ao encontro de Belém?
Dárius – O emissário foi o próprio Ministro do Turismo, Luiz Eduardo Barreto Filho, que trouxe boas novas para os Secretários Estaduais de Turismo, falou dos programas e a visão do Governo Brasileiro como a importância da atividade para o Brasil. Fez um balanço positivo das ações do ministério neste ano de 2008 e sinalizou os planos e programas para 2009. Disse que o Ministério está apoiando os Estados na implantação de diversos projetos. Falou que o PRODETUR deixará de ser um programa localizado na região nordeste e se espalhará pelo Brasil inteiro. O ministério vai arcar completamente a contrapartida de 40% necessária para a obtenção de empréstimos junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), um exemplo dado foi o do Estado do Pará que teve sua carta de intenções na ordem de 44 milhões de dólares aprovada recentemente junto ao BID com apoio do Ministério para investir nas regiões turísticas do programa de regionalização. O Ministério do Turismo teve orçamento de dois bilhões em 2008 e continuará crescente graças ao apoio da maioria dos Estados, dos Governadores, Prefeitos e das Bancadas federais que apoiaram fortemente com emendas para o turismo e em dois mil e nove o governo Lula está sinalizando crescimento dos recursos com estimativa de três bilhões.

J. Anchieta – Como ficou constituída a Diretoria da entidade a ser criada proximamente? Poderia mencionar alguns nomes?

Dárius – A entidade foi criada de fato naquele dia cinco de dezembro com aprovação em assembléia inclusive do Estatuto. Foi dada posse ao Presidente o Senhor José Morais, o Vice-Presidente o Senhor Roberto Bubol e mais cinco diretores, entre os quais estou inserido.

J. Anchieta – Onde será a sede da nova entidade e quais serão as suas principais atribuições?
Dárius – A sede acompanhará a presidência, neste caso, como o senhor José Morais reside no Acre, lá será a sede oficial, porém a sede operacional deve ser em Brasília.
Para turismo dar certo é fundamental o estabelecimento de uma atitude de cooperação entre as localidades que formam uma região. Para que seja de fato competitiva e funcional, a região deve ser integrada e capaz de atrair movimento turístico em roteiros integrados e ações conjuntas de gestão e operacionalidade, sendo assim, a principal atribuição é a articulação e governança da Amazônia em relação ao Turismo com profissionalismo, instituindo mecanismos de desenvolvimento para a região e promover a consolidação de parcerias e execução de projetos, bem como identificar oportunidades, orientar, pesquisar, apoiar, divulgar e promover entre outras atribuições.

J. Anchieta – Quem cobriu as suas despesas de viajem?
Dárius – Foi o Governo do Pará; a empresa de Turismo do Estado, a PARATUR que, no comando da Doutora Ann Pontes faz um prodigioso trabalho naquele Estado. Aquele Governo Estadual viu na FITA a oportunidade de realizar o evento e criar a agência, daí tomou a iniciativa em conjunto com a Secretaria de Estado de Turismo do Acre comandada pelo Sr. Cassiano Marques, nos convidaram, oferecendo passagens aéreas, hospedagem e apoio logístico.

J. Anchieta – Que outras considerações tem a enviar ao empresariado de Rondônia e aos dirigentes de órgãos governamentais de turismo?
Dárius – Ninguém é feliz sozinho, um sonho sonhado junto tem mais força para se tornar realidade, em se falando de turismo temos diversos exemplos nos mostrando que, com comprometimento, profissionalismo, planejamento e determinação são possíveis para modificar uma realidade. Basta ver Las Vegas que foi construída no deserto de Mojave, hoje é um dos lugares mais visitados na América do Norte, mais recentemente outro deserto, o da Arábia Saudita, onde os Emirados Árabes determinados e comprometidos com o turismo mostram para o mundo uma iniciativa de visão e profissionalismo, são a bola da vez no circuito mundial.

Estamos na era da preservação ambiental, a geopolítica mundial eleva ao ápice de suas prioridades questões como o aquecimento global, e a destruição da camada de ozônio, os países que preservam o meio ambiente e valorizam suas reservas naturais são cada dia mais respeitados. Considerando este ponto de vista estamos no lugar mais desenvolvido do mundo, pois vivemos aqui na Amazônia, a maior floresta do planeta. O dano na ozonosfera ocorre com maior intensidade nas regiões polares, na região equatorial é imperceptível, ou seja, só precisamos modificar o ponto de vista, nossa atitude e comportamento para transformar nossa realidade.

J. Anchieta Correia
Revista Ecoturismo