Apesar de novas possibilidades para a redução de gás carbônico (CO2) na atmosfera, o etanol produzido por cana-de-açúcar é a solução para essa questão a curto prazo. Esta é a conclusão de José Goldemberg, presidente do Conselho de Estudos Ambientais da Fecomercio, durante o “II Fórum Brasil-Estados Unidos”. O evento contou com a parceria do Center for Hemispheric Policy da Universidade de Miami e foi realizado no dia 24 de junho, na sede da Federação.

Para Goldemberg, o Brasil é um importante balizador para a produção de etanol de cana-de-açúcar, que não produz o CO2 e ainda gera 100 vezes mais empregos, pois a produção de energia com produtos da agricultura necessita de muito mais mão-de-obra. “Essa é a oportunidade de o Brasil lutar pelo etanol de cana-de-açúcar, mas ainda está deixando a desejar”, afirma Goldemberg.

Segundo o presidente do Conselho de Estudos Ambientais da Fecomercio, o etanol de milho, produzido pelos EUA, emite CO2, causando danos à camada de ozônio. Além disso, o país não deve conseguir cumprir metas para produção de etanol de milho. Outras soluções com algas só devem sair do papel em, no mínimo, 10 anos.

A China e os Estados Unidos são responsáveis por 50% da emissão de CO2 no mundo. O governo Obama já deu um grande passo ao concordar em reduzir 15% da emissão até 2020 e incentivar a economia verde com a utilização de fontes renováveis de energia. Uma delas seria a importação do etanol brasileiro. Os dois países vão contribuir ao todo com U$ 175 milhões (U$ 108,7 milhões) da China e (U$ 66,6 milhões) dos Estados Unidos. Apesar desse desembolso, a China mantém o mesmo discurso que já havia feito há 20 anos, alegando que necessita de transferências de tecnologias de outros países para conseguir recursos para a redução. Segundo Goldemberg, o país já é dotado de tecnologia suficiente para começar a redução de gases poluidores.

Ainda é preciso mais negociações para chegar a um acordo eficiente de redução do CO2 no mundo. O Brasil que representa apenas 4% das emissões de gases na atmosfera também pode contribuir, reduzindo o desmatamento.

Segundo Goldemberg, aproximadamente 80% da energia produzida no planeta é proveniente de carvão, petróleo e gás, grandes emissores de CO2. Apesar de contribuírem para o conforto da população, esses combustíveis emissores de CO2 são finitos e provêm de regiões do mundo muito complexas.

De acordo com Paulo Sotero, diretor do Brasil Institute Woodrow Wilson International Center for Scholars, o Brasil é um país que tem a matriz energética mais limpa do planeta e biocombustível que reduz a emissão de gases nocivos à atmosfera. Segundo Sotero, com o governo Obama concordando para reduzir as emissões de CO2 existe uma grande possibilidade de existir uma parceria entre os dois países, como por exemplo a importação de etanol do Brasil.

Assessoria de Imprensa Fecomercio