Para presidente da Petrobras, se o petróleo não baixar, reajuste será inevitável
A queda de braço entre a Petrobras e o governo pelo aumento da gasolina ganhou nesta terça-feira um novo capítulo. O presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, voltou a afirmar que o preço do combustível pode ser reajustado, caso a cotação do petróleo se estabilize em patamares próximos do atual. Gabrielli acompanha a visita da presidente Dilma Rousseff à China.
Segundo ele, a estatal fez seu planejamento para 2011 considerando o preço de 65 dólares a 85 dólares o barril de petróleo. Nesta manhã, o contrato futuro de petróleo tipo Brent com vencimento em maio superava os 124 dólares o barril em Londres, enquanto o petróleo WTI, também de maio, estava próximo de 110 dólares o barril em Nova York.
“Se continuar no patamar atual, vamos ter de ajustar a gasolina”, afirmou Gabrielli durante uma entrevista coletiva em Pequim. Ele ressaltou, porém, que nenhuma decisão sobre o reajuste será adotada enquanto houver volatilidade na cotação do petróleo.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o preço da gasolina não seria reajustado. A declaração do ministro veio em seguida a uma afirmação de Gabrielli de que acenava com a possibilidade de aumento.
Demanda – Os preços elevados do petróleo já começaram a afetar a demanda, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE). “Há um verdadeiro risco de que um petróleo a mais de 100 dólares o barril não seja compatível com o ritmo da recuperação econômica mundial”, afirma a agência em seu relatório mensal.
Na segunda-feira, a cotação do petróleo fechou próxima de 110 dólares em Wall Street.
(Com agências Estado e France-Presse)
Fonte: VEJA