O governo articula o fortalecimento da recém-criada ETH-Brenco via Petrobras e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) visando evitar um processo de desnacionalização da cadeia de produção de etanol do Brasil, publicou nesta quarta-feira o jornal “Folha de S.Paulo”.

De acordo com o jornal, a Petrobras negocia fatia de até 40% na sociedade – cerca de R$ 2,8 bilhões considerando o valor estimado da nova companhia, cuja controladora é a Odebrecht, de R$ 7 bilhões.

Já o BNDESPar, braço de investimento do banco estatal, investirá R$ 300 milhões em aumento de capital para manter participação de 16,6% na empresa (fruto de dívidas convertidas em ações).

Além disso, informa a Folha, a Petrobras tem planos de adquirir em 2010 outras três usinas de cana, investindo R$ 450 milhões na operação, que se somariam ao patrimônio da ETH. A estatal, entretanto, informou que não negocia nenhum tipo de parceria com a empresa e não comentará as negociações.

A preocupação do Planalto com um processo de desnacionalização da cadeia do etanol teria atingido seu auge, segundo o jornal, no mês passado, quando a Cosan, maior empresa do setor sucroalcooleiro no Brasil, anunciou negociações com a Shell para a formação de uma joint-venture avaliada em US$ 12 bilhões que vai reunir operações de açúcar, etanol, distribuição de combustíveis e pesquisa.

Em 18 de fevereiro, a ETH Bioenergia, controlada pelo conglomerado Odebrecht, formalizou a aquisição da Brenco, dando passo importante na direção da liderança global em produção de etanol à base de cana-de-açúcar.

Folha de São Paulo