cvcEmpresário reforça os aspectos a serem explorados no país

Em recente entrevista com um dos maiores empresários do turismo da América Latina, Guilherme Paulus, que atualmente preside o Conselho da CVC e da GJP Hotels & Resorts, a Copa do Mundo deixará para o Brasil um legado sem precedentes no que se refere à indústria turística. Segundo ele, o País teve uma forte exposição de mídia antes do mundial e vê a importância de sediar o megaevento uma oportunidade ímpar e, ao mesmo tempo, situações que a nação deverá aproveitar neste legado.
Sendo o Brasil um dos países mais favoráveis para a atividade turística ao apresentar tantas cidades históricas e praias paradisíacas como também grandes centros urbanos, Paulus, dono de uma vasta experiência no setor turístico e proprietário da marca hoteleira que conta com 1600 colaboradores em 14 unidades espalhadas pelo País, diz ser uma ocasião favorável ao segmento e salienta a importância de não deixar passar em branco este período e usufruir dos benefícios. O maior legado que a Copa deixará será a visibilidade do País para o mundo: “A FIFA divulgou as cidades-sedes muito antes de o mundial começar, sem dúvida, esse reconhecimento ficará pra sempre. O Brasil precisa, mais do que nunca, aproveitar esta oportunidade e investir no turismo, toda e qualquer cidade possui uma atração turística, é só saber explorar”, comenta.
Levando em consideração a onda de manifestações pela qual o Brasil tem enfrentado, ele opina com tranquilidade: “Assim como na França, Estados Unidos e outros países, os protestos existiram, mas nem por isso a imagem das nações perante o grande evento foi prejudicada”. Ainda segundo ele, os aspectos bons se sobressaíram tirando de foco as manifestações. “Isso ficou internamente, as manifestações não trouxeram um impacto negativo para o País”, comenta.
Ao ser questionado sobre como a Serra Gaúcha deverá explorar essa mídia toda, região na qual o empresário começou a investir nos anos 2000, ele faz uma reflexão e conta que naquela época, Gramado não era bem explorada e três dias eram suficientes para conhecê-la. “Hoje, uma semana é pouco tempo para desfrutar o que a região oferece, pois houve um crescente investimento no turismo como também em infraestruturas”, diz. De acordo com as palavras de Paulus, é evidenciado o que há anos se descobriu em Gramado, que através do turismo, o município evoluiu consideravelmente nos últimos tempos, e não é à toa que hoje é reconhecido como o terceiro destino preferido no país, de acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, encomendada pelo Ministério do Turismo. Com toda essa evolução não somente na Serra, o empresário visa alcançar 48 hotéis em funcionamento até 2018.
Conforme Paulus, a região deve investir em divulgações e abusar da aparição mundial: “Gramado é uma região com muito potencial, sendo bem trabalhada com diferentes exposições, a demanda se cria automaticamente.” Neste período da Copa do Mundo o município acomodou pelo menos três delegações, sendo elas da Austrália, Honduras e Argélia, com isso, Paulus salienta: “A recepção se tornou possível através da união de agências de viagens, hotéis e companhias aéreas, aproximação necessária para potencializar a promoção do destino”. Ao mesmo tempo, Gramado está cada vez mais se adequando para um melhor atendimento aos visitantes, de acordo com a Secretaria de Turismo, a cidade possui hoje uma rede hoteleira com cerca de 11.500 leitos, 1164 empresas comerciais, 244 indústrias, 140 bares e restaurantes, uma estrutura capaz de atender mais de 10 mil pessoas simultaneamente, números estes que a consolida e a torna reconhecida no exterior atualmente.
Em relação ao segmento do turismo de eventos, segundo a expertise do empresário, também teve seus benefícios com a Copa. Apesar dos meses de junho e julho terem demonstrado uma queda no movimento em grandes centros como São Paulo, Curitiba e Belo Horizonte, o evento serviu para agitar os meses que normalmente seriam de baixa temporada, como janeiro, fevereiro, março e abril. Na opinião de Paulus, o mundial de futebol fez com que grandes eventos fossem antecipados para o primeiro semestre do ano, significando uma melhora favorável de rendimentos nessa época também.
A internacionalização do Brasil está mais próxima do que se imaginava, Guilherme Paulus enfatiza a importância das cidades e regiões participarem de feiras de turismo visando negócios e divulgações, bem como, parcerias, ele cita como exemplo o Festuris – Festival de Turismo de Gramado: “É uma feira que reúnem-se principais vendedores de turismo do Brasil e do exterior, facilitando assim uma melhor negociação dos interessados”.
Para finalizar, assim como na África do Sul, a Copa deixou um legado estrutural que alavancou o ânimo socioeconômico dos cidadãos sul-africanos, a mesma oportunidade está batendo na porta dos brasileiros. Segundo Paulus, a hora de agir será após o apito final em 13 de julho, quando o Brasil ficará à espera da repercussão de seu sucesso e reconhecimento, motivados ainda pelas Olimpíadas no Rio em 2016. Oportunidades como essas trazem novas perspectivas a uma população que necessitava uma injeção de ânimo para impulsionar o desenvolvimento do País. O povo está entusiasmado com toda a inovação que agitou o País verde e amarelo, o País do futebol. “O Brasil precisa aprender a gerar retorno, estamos a frente de uma excelente oportunidade”, finaliza Guilherme Paulus.

Crédito da Foto: Laura Gallas

Fonte: 2014 Rossi & Zorzanello Feiras e Empreendimentos