É a segunda elevação consecutiva neste ano. Para Serasa, inflação alta é vilã

Avanço da inflação corrói poder de compra e impulsiona taxa de inadimplência (Roberto Setton)

Avanço da inflação corrói poder de compra e impulsiona taxa de inadimplência (Roberto Setton)

O Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor, divulgado nesta quarta-feira, apontou uma elevação de 1,5% em abril na comparação com março. Foi a segunda alta consecutiva em 2011. Em relação a igual período de 2010, o acréscimo foi de 17,3% – o 12º aumento seguido nesta base de comparação. A empresa de análise de crédito destaca ainda que  a inadimplência acumulada entre janeiro e abril também segue em expansão, com um índice de 20,3%.

Para os economistas da Serasa, a elevação da inadimplência está diretamente ligada ao aumento da inflação no Brasil, que reduz o poder de compra do consumidor. Os especialistas apontam ainda o fenômeno do crescente endividamento das famílias, que faz com que as pessoas apresentem maior dificuldade para honrar seus compromissos financeiros. Segundo eles, a renda familiar está cada vez mais comprometida com dívidas.

Feriados – A Serasa explica ainda que a inadimplência no país intensificou sua trajetória ascendente em abril devido aos gastos realizados nos feriados prolongados. De acordo com a empresa, o aumento da taxa de insolvência no mês só não foi maior porque abril teve menos dias úteis (19) que março (21).

Decomposição –  O crescimento do índice em abril foi idêntico tanto paras as “dívidas não bancárias” – cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços – quanto para as bancárias. As duas categorias, que respondem por 87% do indicador, apresentaram elevação mensal de 1,7%. A alta da inadimplência poderia ter sido maior, mas foram beneficiadas pelas quedas nas dívidas com títulos protestados (-0,2%) e com cheques sem fundos (-1,7%).

Valor médio das dívidas – Entre 2011 e 2010, o indicador registrou recuo no valor médio dos itens dívidas não bancárias e bancárias, de, respectivamente, 19% e 5,5%. Já em títulos protestados e cheques sem fundos, houve crescimento de 7,8% e 6,6%, nesta ordem.

Fonte: VEJA