O Governo do Japão planeia queimar a madeira dos escombros gerados pelo sismo e tsunami de 11 de Março para gerar electricidade. A medida visa colmatar a falta de energia prevista para o Verão, altura em que a utilização do ar condicionado dispara.

O orçamento para a reconstrução do nordeste do país – a zona mais afectada pelo sismo e tsunami -, que vai ser apresentado este mês ao parlamento local, inclui uma despesa de 2,5 milhões de euros com a aquisição de máquinas para remoção dos escombros.

O Ministério da Agricultura japonês estima que o desastre de 11 de Março tenha deixado cerca de dois milhões de toneladas de escombros de madeira capazes de produzir cerca de 200 mil quilowatts de energia se forem queimados. A medida foi bem recebida pelas empresas produtoras de energia e seis fábricas de geração de energia eléctrica da região de Tóquio e do nordeste do Japão já demonstraram interesse em desenvolver a ideia.

O Governo estima um deficit máximo de 15 milhões de KW nas zonas que eram abastecidas pela Tokio Electric Power Co (Tepco), que gere a central nuclear de Fukushima, se este verão for tão quente como o de 2010, em que foram batidos recordes de temperaturas altas. Tóquio e os seus arredores já sofreram cortes de electricidade nos dias posteriores ao desastre, o que afectou a central de Fukushima Daiichi e também interrompeu as actividades de outras três centrais nucleares.

Para fazer face a esta situação, o Executivo japonês lançou no início do mês um plano para limitar, nas horas de pico do verão, o consumo de energia em 25 por cento por parte dos grandes consumidores e entre 15 e 20 por cento por parte dos pequenos consumidores.

Além disso, o Governo do Kuwait decidiu doar ao Japão cinco milhões de barris de crude avaliados em 383 milhões de euros, avança a agência Kyodo. O Japão, país energeticamente dependente do exterior, importa por dia quatro milhões de barris de petróleo

fonte: Ambiente Online