Reunião repercutiu também a aprovação das mudanças do Código Florestal nas comissões de Agricultura e de Ciência e Tecnologia

O agronegócio brasileiro deve apresentar uma agenda positiva para a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável que acontece no próximo ano no Rio de Janeiro. A proposta foi discutida nesta terça, dia 8, em São Paulo por lideranças do setor agrícola que repercutiram também a aprovação das mudanças do Código Florestal aprovadas nas Comissões de Agricultura e de Ciência e Tecnologia. A expectativa dos representantes dos segmentos da pecuária, de soja e de cana é de que o novo código seja aprovado ainda este ano.
Para a advogada e consultora jurídica da Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso, Samanta Pineda, a aprovação do relatório nas Comissões em Brasília foi um avanço. Ela acredita que o fato de não ter sido feito qualquer mudança é uma vantagem para o produtor.
– Podemos destacar a soma das APP nas reservas legais, a não obrigatoriedade de averbação no registro de imóveis, contar as APPs do leito regular do rio. Facilitou-se a forma de compensar a reserva legal – ressalta.
Para o diretor do o Instituto de Estudos do Comercio e Negociações Internacionais (Ícone), André Nassar, a aprovação do novo código é urgente e positiva, principalmente pela proposta de criação do Cadastro Ambiental Rural, que pretende mapear e regularizar as propriedades rurais.
– Isso vai refletir particularmente nas exportações brasileiras. Porque cada dia que passa mais certificações de sustentabilidade são exigidas em relação ao produto brasileiro.
Outro assunto que vai exigir empenho do setor nos próximos meses diz respeito à sustentabilidade. Em 2012 o Brasil vai sediar a Rio+20, a Conferencia da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro. Para os especialistas é oportunidade de o agronegócio apresentar uma agenda positiva sobre o tema.
O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, acredita que no setor da cana há muito que mostrar.
– Hoje nós temos 47% de energia renovável, enquanto que os países ricos tem 6%. Isso vai ter que ser contado e mostrado. Então a gente pretende nesta conferência trazer diversos grupos pra visitar nossas usinas, pra mostrar o que a gente tem feito – relata.
A pecuária é outro setor que usa os números como base de uma agenda positiva para a Rio+20. Segundo a indústria exportadora de carne, nos últimos 15 anos a área de pastagens no Brasil reduziu em 2%. Isso significa que a pecuária deixou de usar nada menos que cinco milhões de hectares neste tempo. Números pra surpreender brasileiros e quem vem de fora também.
– Nós temos uma agenda positiva. Nós temos números pra mostrar. A pecuária hoje não está ocupando novas áreas, pelo contrário, a área de pastagem está diminuindo no Brasil. Nós temos que mostrar isso. A pecuária está evoluindo, ficando cada vez mais eficiente – afirma o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio.fonte: portal do agronegocio