Seis anos depois de o inseticida DDT (dicloro-difenil-tricloroetano) ter sido banido no mundo por razões de dano ambiental, dois pesquisadores afirmam que há novos motivos para duvidar que a substância química seja perigosa e estão pedindo o seu uso contra a malária.

Em um livro lançado na quarta-feira, Donald Roberts, professor de medicina tropical da Universidade de Ciências da Saúde dos Serviços Uniformizados dos militares dos EUA, e Richard Tren, chefe do grupo de lobby Africa Fighting Malaria, argumentam que o DDT é a única arma eficaz contra o parasita.

O grupo ambiental Greenpeace defendeu a meta da Organização das Nações Unidas de eliminar o uso do DDT em todo o mundo e afirmou que a evidência de que ele prejudica o ambiente e a saúde humana é sólida, mesmo que não seja conclusiva.

O poder sem precedentes do DDT de matar insetos deu a seu inventor o prêmio Nobel nos anos 1940 e ele foi considerado uma maravilha química até surgir evidência da toxicidade dele à natureza e às pessoas, levando os países do Ocidente a banirem seu uso nos anos 1970.

Um tratado para proibir a utilização da substância em todo o mundo junto com uma dezena de outras substâncias químicas industriais entrou em vigor em 2004, mas alguns países, como África do Sul e Etiópia, ainda se aproveitam de brechas limitadas autorizando o borrifo em ambientes fechados.

O DDT foi responsabilizado por defeitos congênitos em humanos e por colocar em risco pássaros ameaçados, tais como a águia-americana, por afinar a casca do ovo.

“Há uma lista quase infinita de alegações de que o DDT causa um tipo ou outro de dano, mas com todas as alegações a evidência de que o DDT seja a causa simplesmente não existe”, disse Roberts à reportagem numa entrevista por telefone.

FSP