Uma mancha de óleo gigante deve atingir a costa norte-americana do golfo do México “em algum ponto”, afirmou o chefe da Guarda Costeira dos Estados Unidos.

“Há óleo suficiente lá fora, é lógico assumir que ele irá atingir a costa”, disse o almirante Thad Allen, em uma teleconferência com jornalistas. “A questão é onde e quando.”

A plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum (BP), explodiu na terça-feira da semana passada (20), a cerca de 80 km da costa de Louisiana, e afundou dois dias depois, deixando 11 desaparecidos. As autoridades ainda investigam a causa da explosão.

Nesta sexta-feira, três Estados americanos decretaram estado de emergência por causa do vazamento de óleo na costa: Flórida, Louisiana e Alabama.

A administração Obama, que está tentando conter uma potencial catástrofe ambiental, está engajada na resposta ao vazamento desde o início, disse um conselheiro do presidente. “Não vamos descansar até que este vazamento pare”, disse John Brennan.

O vazamento de óleo ainda não afetou linhas vitais de navios que vão ao rio Mississipi e a portos da costa do golfo, como Pascagoula, Mississipi, mas tem o potencial de causar isso, disse Allen.

Tensão
Ontem, foi anunciado que a área da mancha de petróleo formada após a explosão da plataforma Deepwater Horizon, no golfo do México, já triplicou de tamanho, aumentando a tensão entre os especialistas de que o desastre possa ser muito maior do que o estimado há dois dias.

Na quinta-feira (29) o óleo tinha uma superfície de 3.000 quilômetros quadrados, e ao fim da sexta-feira a área atingida já era de 9.900 quilômetros quadrados, de acordo com imagens de satélites europeus analisadas pela Universidade de Miami.

A Guarda Costeira americana estima que cerca de 757 mil litros de petróleo estão sendo lançados na costa sul dos EUA todos os dias, o que significa que em torno de seis milhões de litros já tenham sido expelidos desde o acidente de 20 de abril que matou 11 funcionários da plataforma no golfo do México.

Ainda não há estimativas da distância que a mancha poderá atingir, mas até o momento o derramamento já causa danos ambientais às espécies costeiras na região.

FSP