A presidenciável Marina Silva (PV) quer usar os militares no combate ao desmatamento da Amazônia e incorporar a proteção do meio ambiente à lista de missões das Forças Armadas.

A ideia é mobilizar a tropa para compensar a falta de fiscais do Ibama, especialmente em áreas isoladas.
A promessa está entre as diretrizes do plano de governo do PV, concluídas esta semana. O documento afirma que, se Marina for eleita, as ações ambientais serão “objetivos prioritários da política de defesa nacional”.

De acordo com o coordenador da campanha, João Paulo Capobianco, os verdes ainda não definiram, porém, se os militares ganhariam poder de polícia para reprimir devastadores.

Como ministra do Meio Ambiente, Marina acionou os militares para apoiar operações do Ibama na Amazônia, em funções logísticas.
Um oficial com larga experiência na Amazônia afirmou à Folha que vê problemas na proposta. Ele chamou de “temerária” a ideia de incorporar a proteção do meio ambiente às missões das Forças.

“Se isso acontecer, o militar vai deixar de ser colaborador para ser responsável por uma área que não conhece”, afirmou. “O soldado não sabe dizer se uma nota fiscal de madeira é fria ou quente, por exemplo”, disse o oficial.

PROGRAMA
O programa do PV também prevê a criação de uma Agência Nacional de Clima, para adaptar o Brasil às mudanças climáticas. Ligada à defesa das minorias, Marina incluiu um capítulo com promessas como a demarcação de novas reservas indígenas, a titulação de territórios quilombolas e ações contra a homofobia.

Ela tenta atrair o apoio desses setores, historicamente aliados ao PT. Fez parte desta estratégia a presença de índios e sindicalistas na festa de lançamento de sua candidatura, anteontem, em Brasília.

Fonte: Folha de SP