Petição online pedindo veto às mudanças no Código Florestal já tem mais de 1,8 milhão de assinaturas; a presidente tem até o dia 25 de maio para sancionar ou vetar o projeto

Na manhã de hoje (20/5), cerca de 2 mil pessoas se vestiram de verde e se reuniram no ato público #VetaTudoDilma, que pede o veto integral da presidente Dilma Rousseff ao projeto do novo Código Florestal. A concentração começou, às 10h, em frente ao Monumento às Bandeiras, do lado de fora do Parque Ibirapuera, e depois seguiu para a Arena de Eventos do Parque, onde acontece a oitava edição do Viva a Mata, maior evento brasileiro em prol da Mata Atlântica. A manifestação foi organizada pela Fundação SOS Mata Atlântica, com apoio dos comitês em Defesa das Florestas nacional e paulista, coalizões formadas por centenas de organizações da sociedade civil brasileira.

 

Faça download de imagens da mobilização em http://bit.ly/JqaNhW

(Créditos: Zerolux / SOS Mata Atlântica)

 

“Milhares de pessoas, vindas de todos estados brasileiros, estão hoje aqui reunidas para dizer que o patrimônio brasileiro é de toda a sociedade e que a legislação ambiental não pode ser alterada para atender a interesses de pequenos grupos”, destacou Mario Mantovani, diretor de Política Públicas da SOS Mata Atlântica, um pouco antes de solicitar aos manifestantes que erguessem o cartaz que trazia o resultado da petição online da Avaaz contrária ao novo Código. “Um total de 1.800.696 pessoas assinaram o pedido de veto à presidente. Em números, igualamos às assinaturas da campanha Ficha Limpa, o que demonstra como a sociedade está mobilizada para evitar o retrocesso de nossa legislação”.

 

Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas da Fundação, chamou atenção para o impacto do Código Florestal nas áreas de nascentes e beiras de rios, um dos pontos mais delicados de toda a discussão sobre a nova lei. “Sem floresta não há água. O Código Florestal atual dá garantia de vida para a sociedade, pois segue todas as bases da legislação ambiental brasileira e protege nossos rios, mares e florestas.”

 

 

Quem também participou do ato foi o ator e ativista Victor Fasano. Ele ressaltou que esta foi a última chance de a sociedade para pedir o veto à presidente. “Quem vai decidir o futuro do Brasil somos nós. Está na hora de enxergar nossas árvores e nossas florestas como monumentos da nossa cultura e da nossa história. Graças a uma árvore nosso país se chama Brasil. Temos a maior floresta tropical do mundo e precisamos preservá-la.” Fasano destacou ainda que “o Código Florestal precisava sim de mudanças, mas baseadas no que cientistas, biólogos, estudiosos e agrônomos têm a dizer, e não na vontade de poucos políticos”.

 

 

O povo fala

Um grande número de pessoas está descontente com o projeto de lei. Pesquisa do Instituto Datafolha, de junho do ano passado, apontou que 80% da sociedade não aprova as mudanças no Código Florestal. Confira depoimentos de alguns manifestantes presentes na mobilização:

 

Maryah, presidente da ONG Semeando a Paz

“Muitas pessoas querem participar e ajudar, praticar a cidadania, mas não sabem como. Uma ação como essa abre as portas para a entrada de novas pessoas. Essa oportunidade é única, é aqui, agora. Hoje é o grande dia para aqueles que querem se mobilizar.”

 

Marcio Scaravelli, estudante de ciências biológicas do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (CEUNSP)

“Estou aqui pela causa, por acreditar na importância de preservar a floresta. Preocupa-me o fato desse código afetar não só os profissionais da área em que pretendo atuar (ciências biológicas), mas todo o País, que deve preservar melhor suas florestas”.

 

Gisele Khairallah, que foi ao evento com seus dois filhos

“Trouxe meus filhos aqui para que essa consciência seja perpetuada, pois pode partir deles o surgimento de uma cidade mais sustentável.”

 

Histórico de manifestações em defesa do Código Florestal

Aprovado pela Câmara dos Deputados em 25 de abril, o projeto do novo Código Florestal está agora no Palácio do Planalto, onde pode ou não ser sancionado pela presidente. Dilma tem até o dia 25 de maio para vetar integralmente ou em partes esse texto do Código Florestal, que prejudica e muito a proteção do meio ambiente e das florestas. O texto aprovado também promove anistia a quem desmatou, beneficiando quem descumpriu a lei, e incentiva novos desmatamentos.

 

Desde o lançamento do primeiro relatório da alteração do Código Florestal, a SOS Mata Atlântica e diversas organizações vêm se mobilizando para o debate e acompanhamento do tema.

 

Em 7 de abril de 2011, aconteceu, em Brasília, o Ato Público “Marcha dos trabalhadores em defesa do Código Florestal, contra o Uso de Agrotóxicos e pela Reforma Agrária”. Nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, mobilizações foram realizadas simultaneamente, no dia 5 de maio.

 

Há um ano, durante o Viva a Mata 2011, a SOS Mata Atlântica promoveu uma manifestação no Parque Ibirapuera, semelhante à ação de 2012. Entre as ONGs que participaram da mobilização estavam WWF Brasil, Greenpeace, Pau Brasil, Ecosurfi, Reserva da Biosfera, Amigos do Futuro e Instituto Anendeporâ, entre outros.

 

Em 7 de junho do mesmo ano, foi lançado o Comitê de Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, que possui braços regionais em Estados do país. Paralelamente, a campanha #florestafazadiferença foi divulgada pelas redes sociais, promovendo a mobilização da população com campanhas que envolvem também a participação de artistas engajados no tema.

 

Já a campanha nacional “Mangue Faz a Diferença” foi lançada em janeiro deste ano para alertar e mobilizar a sociedade sobre o impacto das alterações do Código Florestal nos manguezais. A iniciativa foi da Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com dezenas de organizações de todo o país. Em um mês e meio de atividades foram realizadas 37 mobilizações em 13 Estados brasileiros (CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA, ES, RJ, SC, PR, SP e RS), mais o Distrito Federal.  Um total de 87 instituições aderiu à iniciativa e as manifestações da campanha alcançaram pelo menos 50 mil pessoas em todo o País.

 

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