A sala é escura e isolada acusticamente. Por três minutos, o computador exibe um ponto preto, até que surge a imagem de Dilma Rousseff, sorridente, vestindo a faixa presidencial, com as colunas do Palácio da Alvorada ao fundo. Diante da tela, o espectador tem corpo e cérebro monitorados.
Uma touca com 21 eletrodos registra o comportamento das ondas cerebrais. Sincronizados, outros sensores avaliam a frequência cardíaca e respiratória e a condutividade elétrica da pele – que muda em microssegundos em reação a estímulos externos.
Um sensor segue os movimentos das íris e registra a ordem em que diferentes pontos da foto são observados, além do tempo dedicado a cada um deles. O mapeamento das reações conscientes e inconscientes é uma das etapas de estudo feito pelo recém-inaugurado Laboratório de Neuromarketing da Fundação Getúlio Vargas, que detectou mudanças na forma como as mulheres reagiram emocionalmente a Dilma Rousseff.
Antes da eleição, a petista provocava nas mulheres uma resposta emocional “negativo-aversiva”, de acordo com o estudo. Após dois meses de governo, o público feminino ainda reagia mal a uma fotografia da candidata fazendo um comício, mas a resistência se dissipava quando a foto mostrada era a de Dilma como presidente.
fonte: Estadão