QUARTA-FEIRA, 9 DE DEZEMBRO DE 2015

O texto apresentado pelo chanceler francês Laurent Fabius na tarde desta quarta-feira ainda permite um bom acordo em Paris. Todos os elementos estão lá: a referência à meta de 1,5oC como limite de aquecimento global admissível; as revisões de cinco anos das metas, com um primeiro encontro para tratar do ajuste da ambição já em 2018; o reconhecimento da cooperação Sul-Sul como medida de engajamento dos países em desenvolvimento em prover meios de implementação, e de que os US$ 100 bilhões de dólares por ano prometidos pelos países desenvolvidos até 2020 são um piso para o financiamento climático. 

No entanto, o acordo é um pacote: ele só faz sentido se todos os elementos que significam ambição mais alta estiverem presentes. Neste momento, há o risco de que barganhas entre a noite de quarta-feira e a manhã de quinta produzam um acordo mais fraco, ameaçando o momento político positivo obtido até aqui. Para que isso não aconteça, a intervenção da diplomacia brasileira, sob a liderança da ministra Izabella Teixeira, será mais uma vez fundamental.