Barco não tripulado é testado em Florianópolis (SC). Foto: Fabrício Escandiuzzi/Especial para TerraBarco não tripulado é testado em Florianópolis (SC)
Foto: Fabrício Escandiuzzi/Especial para Terra
Fabrício Escandiuzzi
Direto de Florianópolis

Um barco não tripulado foi testado na manhã desta quinta-feira em Florianópolis (SC). Construído em forma de um golfinho e batizado de ROAZ em homenagem a uma espécie do animal, a embarcação foi lançado na Baía-Norte e testada através de um controle remoto. O Equipamento tem como objetivo coletar dados para ações de monitoramento ambiental e controle de poluentes na água e também pode ser usado em operações de busca e salvamento, vigilância em áreas de preservação e coleta de informações para evitar desastres naturais.

De acordo com um dos construtores do barco, o engenheiro Roberto Böell Vaz, a coleta de informações meteorológicas em alto mar seria valiosa para a prevenção de desastres causados pela atuação de ciclones, tempestades, furações e até mesmo tsunamis. As informações são repassadas através de sensores instalados na estrutura da embarcação. “O barco nos transmite dados da água e ar em tempo real, o que torna possível avaliar mais rapidamente as condições e alterações climáticas e do meio ambiente”, disse.

Por enquanto, o ROAZ é conduzido por controle remoto. Vaz explica que deve utilizar sistemas de controle via satélite, o que possibilitaria que o equipamento viajasse pelas 200 milhas náuticas integrantes do território brasileiro.

“É um projeto experimental e a partir de agora vamos instalar os computadores de bordo para transmissão da maior quantidade de dados nas áreas mapeadas”, afirma. “Com as informações repassadas diretamente a um computador em tempo real, as autoridades podem tomar as decisões mais rapidamente em momento de crises, baseado em dados reais e atualizados. Nesses casos o tempo é precioso”.

O projeto foi financiado por um programa de inovação mantido pelo governo de Santa Catarina através da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica do Estado. O órgão é o responsável pelo grupo de estudo das catástrofes ambientais, criado pelos catarinenses após a tragédia de 2008. O grupo ainda deve realizar novos testes e buscar mais financiamento para, enfim, produzir o barco em escala e realizar ações educativas em escolas.

Roberto já construiu um barco de papel tripulado em 2006 e navegou pela baía de Florianópolis durante um evento náutico. “É uma evolução para quem navegou em um barco feito de jornal”, disse. “Aquilo foi uma brincadeira. Esse trata questões sérias de forma lúdica, através da caracterização como um golfinho”.

O nome ROAZ foi escolhido em homenagem ao roaz-corvineiro, espécie mais comum e conhecida dos golfinhos da costa do oceano Atlântico.

fonte: Terra