A emissão de gases poluentes na atmosfera, principalmente por meio da queima de combustíveis derivados do petróleo, vem agravando o chamado aquecimento global. Com o objetivo de avaliar alternativas para diminuir o impacto ambiental do setor dos transportes coletivos nas grandes cidades, a NTU (Associação Nacional de Transportes Urbanos) acaba de lançar o estudo intitulado Perspectivas de alteração da matriz energética do transporte público urbano por ônibus.

“Nosso segmento também tem responsabilidade com relação à qualidade do ar nas cidades e precisa estar sempre atento às discussões sobre o tema, avaliando tanto o uso de combustíveis renováveis quanto o desenvolvimento de tecnologias mais avançadas para os veículos”, diz Marcos Bicalho dos Santos, diretor superintendente da NTU.

O relatório enumera as fontes de energia consideradas mais limpas e renováveis, como o diesel S10 (com baixo teor de enxofre), biodiesel (óleo vegetal), GNV (Gás Natural Veicular), hidrogênio, álcool e energia elétrica, entre outras.

Na Suécia, a utilização de álcool aditivado em ônibus comerciais é algo comum e, em comparação com o diesel, o combustível resultou em reduções de 90% de monóxido de carbono (CO) e hidrocarbonetos (HC), 80% de material particulado, 50% dos óxidos de nitrogênio (NO) e 100% dos óxidos de enxofre (SO).

Paralelamente, o estudo reforça a importância de se desenvolver tecnologias avançadas para motores, filtros e catalisadores, a fim de otimizar a queima das fontes energéticas e a criação de veículos híbridos, que utilizem duas formas de energia. Entre os principais exemplos de inovação está o retrofit, um sistema instalado nos filtros dos veículos mais antigos, capaz de reduzir em 99% a emissão de CO, HC e material particulado.

Ações do poder público e iniciativa privada
As melhorias técnicas no transporte coletivo por ônibus devem ser aliadas à criação de incentivos fiscais e linhas de créditos especiais para a aquisição de veículos novos pelas concessionárias privadas, como forma de não onerar o preço das tarifas para a população. Além disso, a construção de uma infraestrutura favorável pelos poderes concedentes de cada município e estado conseguiriam otimizar o transporte urbano como um todo, reduzindo seus custos de operação.

“Os corredores exclusivos para os ônibus melhoram a velocidade de transporte e permitem serviços de melhor qualidade, aumentando a confiabilidade do usuário e, consequentemente, a demanda por serviços”, explica Bicalho. Com os corredores, será possível reduzir o consumo de combustível e as emissões de poluentes.

Para a NTU, a construção de uma estrutura multimodal de transportes nas cidades, englobando linhas de ônibus convencionais, BRT (Bus Rapid Transit), metrôs e trens, incentivaria de forma ostensiva o uso do transporte coletivo urbano, diminuindo os congestionamentos nas grandes cidades e melhorando a qualidade do ar.

Assessoria de Imprensa da NTU