PARECE QUE a parte do mundo que não conhecia bem o Barça de Messi enfim o colocou em seu devido lugar. Após a última Champions, eu já havia o colocado num Olimpo dos clubes, um Top 5 com o Real Madrid de Di Stéfano, o Santos de Pelé, o Ajax de Cruyff e o Milan de Gullit e Van Basten.

Conversei com o colega Torero no avião que trazia de volta o Peixe e resumi a ele logo o que sinto: “O mundo sabia antes da final que o Barcelona era bem superior ao Santos atual, a questão é se esse Barça supera ou não o Santos de Pelé”.

Resolvi fazer uma rápida pesquisa então sobre algo que pode servir sim como termo de comparação entre os times. Entre 2009 (essa temporada europeia começa em 2008 com Guardiola no comando) e 2011, o Barcelona disputou 16 títulos oficiais e faturou 13 deles.

Pegando o auge daquele Santos de Pelé em três anos, entre 1961 e 1963, são 10 títulos oficiais conquistados em 12 possíveis. Contando disputas não-oficiais, torneios menores, seriam então 14 taças em 20 jogadas.

O que os números dizem? Não é heresia comparar o Barça com aquele Santos, seria sim compará-lo com a equipe de Neymar e Muricy.

O Real Madrid de Di Stéfano, se pegarmos entre 1958 e 1960, ganhou apenas cinco títulos oficiais em dez disputados, embora o número de competições fosse menor na época (o Mundial começou apenas em 1960). E essa era merengue ajudou muito o Real a ser eleito na Fifa o melhor do século 20.

O Ajax de Cruyff, no auge (entre 1971 e 1973), colecionou dez troféus oficiais em 12 disputados. Um time que foi base do Carrossel Holandês e que se deu até ao luxo de não jogar dois Mundiais.

O Milan de Arrigo Sacchi, entre 1988 e 1990, faturou oito títulos oficiais em 14 jogados. É quem perdeu mais taças nessa tropa de elite.

A pergunta agora é: aonde vai parar este Barça, já que nenhuma estrela do jovem time deve ser vendida?

Mais Valorizado

SP DE TELÊ

Que o São Paulo entre 1991 e 1993 foi muito vitorioso todos sabiam (nove títulos oficiais em 14 disputados, além de nove taças menores, dentre essas um Teresa Herrera com direito a 4 a 1 no Barça). Mas Guardiola, na véspera da final de domingo, elevou o São Paulo-92 como ninguém, exaltando como aquele Dream Team do Barça, com a ideia do atual, foi dominado.

Menos Valorizado

NEYMAR

Ele jogou bem só um tempo dos quatro que disputou no Japão, onde se exibiu de vez para o mundo, mas a experiência será útil. Humilde, sempre se colocou abaixo de Messi e não deixou a onda criada em torno de si subir à cabeça. Admitiu a aula que recebeu em vários sentidos e creio que deve evoluir, mesmo que não vá, por preço menor agora, para o sonhado Barça.

fonte: folha de sp