Dados do IBGE, que levam em conta vagas informais, contrastam com o fraco resultado do Caged

O resultado foi melhor do que o esperado pelo mercado, que previa uma taxa de 5,7% para o mês de novembro

DENISE LUNA
DO RIO

As festas de fim de ano e a construção geraram em novembro mais 141 mil postos de trabalho nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, reduzindo o desemprego a 5,2% -o menor nível desde o início da série histórica iniciada em 2002.

O resultado muda uma tendência de estabilidade apresentada na taxa até outubro, quando estava mais próxima de 6%, disse o gerente de pesquisa de emprego do IBGE, Cimar Azeredo. A população ocupada subiu 0,7%, para 22,8 milhões de pessoas.

Os dados do IBGE contrastam com a divulgação feita há dois dias pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que apontou o mês de novembro como pior resultado da história, com a geração de 138.247 postos de trabalho, número 69% menor do que há um ano.

Azeredo explicou que o Caged considera apenas os cargos formais de trabalho, enquanto o IBGE leva em conta também as vagas dos trabalhadores informais.

As cidades que ofereceram maior número de vagas nas áreas de construção civil e prestação de serviços, atividades que mais empregaram, foram São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, com destaque para o Rio de Janeiro, que abriu 70 mil novos empregos no comércio. A pesquisa abrange também Salvador, Recife e Porto Alegre.

VAGAS TEMPORÁRIAS

A continuidade das contratações no país só poderá ser confirmada em janeiro, observou o economista, já que em novembro e dezembro a maioria dos empregos são temporários.

“Esse poder de efetivação do mercado é que responde se o mercado está desaquecido ou não”, explicou.

No acumulado do ano até novembro, a taxa média de desocupação está em 6,1%. No mesmo período de 2010 o índice era de 6,9%.

O resultado foi melhor do que o esperado pelo mercado, na avaliação da consultoria Rosemberg & Associados, que previa uma taxa de 5,7% para o mês de novembro.

A consultoria observou porém que isso não significa que a boa notícia terá continuidade em 2012, já que o crescimento do rendimento médio do trabalhador está praticamente estabilizado.

Ela observa ainda que não estão claros os efeitos que a crise externa terá nos empregos brasileiros no primeiro trimestre do ano que vem.

O rendimento médio do trabalhador (R$ 1.623,40) subiu 0,1% em novembro ante outubro e 0,7% em relação a novembro de 2010. O maior salário médio foi pago em São Paulo (R$ 1.723,60) e o menor em Recife (R$ 1.199,70).

fonte: folha de sp