O presidente norte-americano, Barack Obama, pediu a expansão da produção de petróleo e etanol nos Estados Unidos, como parte de uma nova agenda para ajudar a reduzir a dependência das importações. O presidente exaltou os benefícios do uso de energias renováveis como um modo de acabar com a dependência norte-americana do petróleo importado. Obama citou o Brasil como exemplo de país onde a utilização de biocombustíveis renováveis já é uma realidade.

“Se alguém duvida do potencial dos combustíveis renováveis, considere o Brasil. Lá, mais da metade dos veículos podem utilizar biocombustíveis”, disse. O presidente americano disse também que, na semana passada, a Força Aérea dos EUA utilizou um biocombustível avançado para abastecer um avião F-22 Raptor, que voou mais rápido que o som. Segundo ele, a Força Aérea dos EUA tem como objetivo conseguir metade de seu consumo doméstico de combustível de aviação através de fontes alternativas até 2016.

Obama disse também que está pedindo para que a Marina e os departamentos de Energia e Agricultura trabalhem com o setor privado para criar biocombustíveis avançados que possam ser utilizados não apenas em jatos, mas em caminhões e aviões comerciais. A afirmação de Obama foi feito em um discurso na Georgetown University. Em sua recente visita ao Brasil, Obama assinou um acordo para que os governos brasileiro e americano trabalhem no desenvolvimento de um combustível de aviação renovável. Em seu discurso do Estado da União de janeiro, ele também anunciou a meta de ter 80% da eletricidade da América vindo de fontes de energia limpas até 2035.

O presidente informou também que não há soluções rápidas para diminuir a dependência dos Estados Unidos de fontes de energia estrangeiras. “Continuaremos sendo uma vítima das mudanças no mercado de petróleo até levarmos a sério uma política de longo prazo para energia segura e acessível”, afirmou Obama, de acordo com uma cópia do discurso divulgada pela Casa Branca.

O novo apelo do presidente para ampliar a produção de energia do país surge em um momento no qual seu governo enfrenta pressão dos dois lados: dos parlamentares republicanos – que dizem que a exploração de petróleo nos Estados Unidos é limitada – e da ansiedade dos consumidores com relação aos elevados preços nas bombas de combustível, que subiram diante de tumultos políticos nos países ricos em petróleo.

Obama propôs três novos objetivos em seu discurso. Ele estabeleceu uma meta geral de reduzir as importações de petróleo em um terço até 2025, construir quatro novas refinarias para produzir etanol nos próximos dois anos e direcionar as agências federais a comprar apenas veículos que utilizam combustíveis alternativos até 2015.

Nas últimas semanas, os republicanos intensificaram as críticas sobre as políticas energéticas de Obama. Em um discurso na manhã de hoje, o líder minoritário do Senado, Mitch McConnell, um republicado de Kentucky, disse que o governo cancelou dúzias de licenças de perfuração, declarou uma moratória sobre a exploração de petróleo na costa do Golfo e aumentou as taxas de concessão. De acordo com ele, a administração fez “praticamente tudo que pode para impedir nosso próprio setor energético de crescer.”

O governo de Obama impôs uma moratória sobre a perfuração na costa do Golfo após um desastroso derramamento de petróleo pela British Petroleum no ano passado. Desde então, a moratória foi suspensa e, nas últimas semanas, a administração emitiu sete concessões de perfuração em águas profundas.

O presidente afirmou que o governo encoraja a exploração marítima de petróleo, “contanto que seja segura e responsável.” E continuou: “Eu acho que ninguém se esqueceu de que não estamos nem um ano distantes do maior derramamento de petróleo na nossa história.”

fonte: Portal do Agronegocio