De acordo com fontes militares americanas, um pequeno grupo de soldados executou missão de matar o homem mais procurado do mundo no Paquistão

Americanos visitam o memorial às vítimas do 11 de Setembro no Pentágono, na madrugada desta segunda-feira, horas depois do anúncio de que Osama bin Laden foi morto (Alex Wong/Getty Images/AFP)

Americanos visitam o memorial às vítimas do 11 de Setembro no Pentágono, na madrugada desta segunda-feira, horas depois do anúncio de que Osama bin Laden foi morto (Alex Wong/Getty Images/AFP)

A operação que culminou na morte de Osama bin Laden, no domingo, no Paquistão, foi o oposto de boa parte das ações militares lançadas pelo país desde o início da tentativa de capturar o chefão terrorista. Desta vez, não houve uma enorme mobilização de soldados avançando lentamente na direção do alvo. A missão de domingo foi rápida, modesta e absolutamente eficaz – “de precisão cirúrgica”, conforme fontes militares ouvidas pela agência de notícias EFE. Eles descreveram as circunstâncias da ação sob a condição de anonimato.

Na operação, que durou apenas 40 minutos desde a chegada dos americanos ao local até sua partida, morreram cinco pessoas, incluindo Bin Laden. Os serviços de inteligência americanos sabiam há anos que o líder da rede terrorista Al Qaeda confiava especialmente em um de seus seguidores e se suspeitava que vivia com ele. Em novembro, os agentes descobriram que este seguidor morava em um complexo residencial avaliado em mais de um milhão de dólares, em Abbottabad, um enclave de luxo nos arredores de Islamabad.

O complexo contava com duas portas de segurança e muros de três metros de altura cercados com arame farpado. Quanto mais investigava o local, mais a CIA ganhava confiança na chance de Bin Laden se esconder ali. No final de abril se contava com a certeza de que Bin Laden e sua família se refugiava nesse lugar. Durante a última quinzena do mês, se constatou que o dirigente terrorista não deixava o complexo. O presidente americano, Barack Obama, deu a ordem de atacar na sexta-feira passada, 29 de abril.

Em segredo – Os EUA não compartilharam os dados de inteligência sobre o paradeiro de Bin Laden com nenhum outro país, nem sequer com o Paquistão, por questões de segurança. “Era essencial para manter o segredo e a segurança da operação”, disseram as fontes. “Sempre deixamos claro às autoridades paquistanesas que estamos em guerra com a Al Qaeda e que perseguiríamos Bin Laden onde estivesse”, explicaram os altos funcionários, destacando que os EUA mantiveram “o maior dos cuidados” em atuar dentro da legalidade.

Um pequeno grupo de soldados penetrou no complexo onde estava o terrorista mais procurado do mundo no domingo. A operação durou cerca de 40 minutos. Os americanos, que chegaram ao complexo em helicóptero, não encontraram forças de segurança locais. Ao entrar no complexo aconteceu um tiroteio, que resultou na morte de Bin Laden, um de seus filhos homens adultos e outros dois homens, supostamente seguidores. Morreu também uma mulher, que um dos homens quis usar como escudo humano. Outras duas ficaram feridas.

Após a operação, os agentes deixaram o lugar novamente em helicóptero. “Foi uma operação de precisão cirúrgica, realizada por uma equipe pequena, para minimizar o dano a civis presentes no complexo ou a vizinhos”, disseram as fontes. O grupo de americanos levou o corpo de Bin Laden, posteriormente jogado ao mar. “Trata-se da maior vitória dos EUA em dez anos de luta contra a Al Qaeda”, disseram as fontes, que acreditam num declínio da Al Qaeda. “Bin Laden era o único comandante da organização”, lembraram.

(Com agência EFE)

Fonte: VEJA