Ação acontece em todo Brasil entre os dias 24 e 29 deste mês. “Após mastectomia a reconstrução de mama recupera a autoestima da mulher”, enfatiza a cirurgiã plástica Ivanoska Filgueira
O 2º Mutirão Nacional de Reconstrução Mamária, coordenado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), começa nesta segunda-feira (24). O Distrito Federal está entre as 18 federações que receberão a ação, que conta a união de mais de 800 profissionais da área de saúde e pretende atender cerca de 840 mulheres por todo Brasil.
A previsão é que ao menos 842 operações sejam realizadas em 98 hospitais do país. As pacientes que serão submetidas à cirurgia de reconstrução mamária já passaram pela retirada de uma ou ambas as mamas, a chamada mastectomia. Para participar, as mulheres foram selecionadas previamente, realizaram todos os exames necessários e já estão aptas para o procedimento cirúrgico.
O Distrito Federal está entre as  18 unidades da federação que integram o mutirão.  A ação também acontecerá em  Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Reconstrução recupera autoestima de vítimas do câncer
A cirurgiã plástica  Ivanoska Filgueira conta que os benefícios vão além da estética. “O procedimento evita a depressão, aumenta a autoconfiança e agiliza retomada da vida sexual. Depois da mastectomia, a reconstrução de mama recupera a autoestima da mulher. Poder colocar uma roupa de banho ou usar a roupa preferida faz toda diferença na vida da paciente”, frisa a especialista.
O tipo de reconstrução a ser realizada depende do tamanho e da localização do tumor. A utilização de tecidos e músculos da própria paciente, com próteses de silicone são os métodos mais conhecidos. “Durante o procedimento, a auréola do seio também é reparada. A área pode ser reconstruída com retalhos, levantamento do bico ou com tatuagem”, explica Ivanoska.
Depois de receber o diagnostico do câncer e passar por seis meses de quimioterapia, Bárbara Matos retirou as duas mamas. A reconstrução foi imediata, utilizando expansor e prótese de silicone para acompanhar a extensão natural do corpo.
“No momento que a mulher recebe o diagnostico de câncer de mama e descobre que vai perder a mama a grande preocupação é com a questão da feminilidade e da sexualidade. Eu, como atleta, pensei também na funcionalidade do meu corpo”, atesta.
Após a cirurgia, com muita dedicação às fisioterapias diárias e acompanhamento médico, o tratamento contra o câncer de mama e a reconstrução não comprometeram as ações cotidianas da atleta.
O fato de praticar atividades físicas antes do diagnóstico influenciou diretamente na recuperação. “Meu corpo estava muito preparado, eu tinha uma musculatura forte e isso me ajudou a passar bem por todo tratamento. As cicatrizes são as marcas da minha vitória”, declara.
Recuperação
Assim como qualquer cirurgia, o pós operatório requer repouso e cuidados especiais. Medicamentos indicados para evitar inflamações ou preocupações posteriores são receitados pelo cirurgião. Se não houver nenhum tipo de complicação, a paciente pode retomar as atividades diárias após 30 dias de cirurgia. Vale lembrar que a reconstrução não invalida a importância do acompanhamento periódico através de mamografia, autoexame e outras técnicas de detecção de câncer.