Perfeição técnica e capacidade de emocionar o público fazem com que a escola comece a estabelecer um novo patamar para o maior espetáculo da terra
O carnavalesco Paulo Barros, da Unidos da Tijuca, transformou-se num capítulo à parte dentro do carnaval, em sucesso absoluto de público – embora nem sempre de crítica. Seu mérito foi devolver aos desfiles das escolas de samba o interesse do grande público, ávido por entretenimento acessível. E é justamente pelo talento para fascinar as massas que ele chega a mais uma Quarta-feira de Cinzas na condição de maior merecedor do título do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Reservados os méritos das duas outras escolas que conseguiram fazer um desfile próximo da perfeição – Beija-Flor e Vila Isabel – foi a Tijuca quem conseguiu, simultaneamente, emocionar, contar uma história com criatividade e irreverência e superar-se, mesmo diante das apostas de que o ‘formato Paulo Barros’ tenderia a se esgotar em suas próprias possibilidades.
Nos dias de hoje, as apresentações das escolas de samba são shows, e, como tal, enfrentam acirrada concorrência pela preferência do público. Com exceção dos mais apaixonados, assistir aos desfiles, seja ao vivo ou pela televisão, é a apenas uma alternativa de programa nos dias de folia. E, para se manter competitivo nesse mercado, é preciso modernizar sempre. Persistir no erro de ignorar o desejo da platéia, a fim de obrigá-la a consumir velhas fórmulas, impostas em nome da tradição, seria condenar o espetáculo ao anacronismo e matá-lo como produto.
O carnavalesco Paulo Barros, da Unidos da Tijuca, transformou-se num capítulo à parte dentro do carnaval, em sucesso absoluto de público – embora nem sempre de crítica. Seu mérito foi devolver aos desfiles das escolas de samba o interesse do grande público, ávido por entretenimento acessível. E é justamente pelo talento para fascinar as massas que ele chega a mais uma Quarta-feira de Cinzas na condição de maior merecedor do título do Grupo Especial do Rio de Janeiro. Reservados os méritos das duas outras escolas que conseguiram fazer um desfile próximo da perfeição – Beija-Flor e Vila Isabel – foi a Tijuca quem conseguiu, simultaneamente, emocionar, contar uma história com criatividade e irreverência e superar-se, mesmo diante das apostas de que o ‘formato Paulo Barros’ tenderia a se esgotar em suas próprias possibilidades.
Nos dias de hoje, as apresentações das escolas de samba são shows, e, como tal, enfrentam acirrada concorrência pela preferência do público. Com exceção dos mais apaixonados, assistir aos desfiles, seja ao vivo ou pela televisão, é a apenas uma alternativa de programa nos dias de folia. E, para se manter competitivo nesse mercado, é preciso modernizar sempre. Persistir no erro de ignorar o desejo da platéia, a fim de obrigá-la a consumir velhas fórmulas, impostas em nome da tradição, seria condenar o espetáculo ao anacronismo e matá-lo como produto.
O impacto da inovação ainda reside, muitas vezes, na importação de elementos externos à folia sem adaptá-los (caso do carro do Batman no ano passado). Enquanto o carnavalesco da Tijuca simplesmente reproduz no desfile personagens e super-heróis famosos, gente como o carnavalesco Renato Lage, do Salgueiro, mistura Super-Homem com Carmem Miranda e lança mão de uma Marilyn Monroe negra. E aí está o passo à frente. A ‘carnavalização’ das inspirações brutas ainda pode e, certamente, renderá muitas surpresas nas noites de domingo e segunda-feira de carnaval.
Se os jurados quiserem conter a onda Paulo Barros, é possível. Eles têm a opção de premiar a Vila Isabel ou a Beija-Flor. De qualquer forma, a decisão dos jurados vai sinalizar os rumos que a festa vai tomar nos próximos anos. Diante de um bicampeonato da Tijuca, os carnavalescos que quiserem brigar por um título terão que reciclar muitas ideias, sepultar outras, rever conceitos. Assim como Joãosinho Trinta, que inseriu o luxo nas escolas de samba, Barros está prestes a estabelecer um novo degrau para o maior espetáculo da Terra. A decisão está nas mãos dos jurados.
Fonte: VEJA on-line