Movimento de queda continua a ser impulsionado pelas atraentes taxas de juros da economia brasileira em relação as de outros países

O recuo do dólar ante o euro no exterior também serviu de estímulo à venda aqui no Brasil (Thomas Coex/AFP)

O recuo do dólar ante o euro no exterior também serviu de estímulo à venda aqui no Brasil (Thomas Coex/AFP)

O recuo do dólar ante o euro no exterior também serviu de estímulo à venda aqui no Brasil (Thomas Coex/AFP)

O recuo do dólar ante o euro no exterior também serviu de estímulo à venda aqui no Brasil (Thomas Coex/AFP)

A moeda americana fechou a semana com forte queda, num total de 2,9%. Trata-se da desvalorização mais acentuada para uma semana verificada em 2011. Com a expectativa de nova alta dos juros neste mês, as perspectivas são de que o valor da divisa pode atingir patamares ainda mais baixos nos próximos dias.

Nesta sexta-feira, o mercado de câmbio doméstico voltou a apostar forte na valorização do real. Por isso, as cotações do dólar desceram ao menor valor desde 21 de agosto de 2008, quando terminou em 1,610 real. Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana encerrou com forte baixa de 1,10%, cotado a 1,612 real no mercado interbancário de câmbio, após recuar à tarde até a mínima de 1,61 real (-1,23%). Na BM&F, o dólar terminou em baixa de 1,21%, e na mínima do dia, de 1,6112 real. O euro comercial cedeu 0,95% a 2,293 reais.

Segundo operadores de bancos e corretoras de câmbio, os investidores reforçaram suas posições vendidas no mercado futuro nesta sexta-feira – isto é, em operações que apostam na queda do dolar. A expectativa de que o real vai se valorizar ainda mais ante a moeda americana está relacionado à crença do mercado de que os juros vão subir novamente no Brasil neste mês. Já nos Estados Unidos um membro votante do Federal Reserve (Fed, banco central americano) disse que ainda não é o momento de iniciar o processo de aperto monetário. Assim, o diferencial de juros entre os dois países continuará atraente, dando sustentação a novos fluxos positivos de dólar. Somam-se a este quadro os fundamentos sólidos da economia brasileira, corroborados pelo aumento de 1,9% da produção industrial do país em fevereiro ante janeiro, acima do previsto.

Segundo um operador, houve muita venda de estrangeiro no mercado futuro nesta sexta-feira, o que se confirma pelo forte volume de negócios e o sinal de baixa que predominou o dia todo. Os agentes de câmbio locais, de outro lado, afirmou a mesma fonte, esperavam que o BC fosse entrar com mais agressividade do que veio nesta sexta-feira, o que teria induzido compras na primeira parte dos negócios. Contudo, as intervenções do órgão foram insuficientes para brecar a queda do dólar. Os profissionais locais acabaram indo ao mercado à vista vender a moeda americana, ajudando a ampliar a desvalorização da divisa.

O recuo do dólar ante o euro no exterior também serviu de estímulo à venda da moeda americana por aqui. Lá fora, o impacto positivo sobre o dólar do bom resultado do relatório oficial do mercado de trabalho (payroll) americano de março acabou sendo anulado pelas declarações do presidente do Fed de Nova York, William Dudley, membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do banco central dos EUA, de que o Fed está comprometido em manter a política monetária frouxa por um período prolongado.

Câmbio turismo – Nas operações de câmbio turismo, o dólar encerrou o dia em baixa de 1,17%, a 1,69 real na venda e 1,593 real na compra. O euro turismo teve perda de 0,83% nesta sexta-feira para 2,393 reais (venda) e 2,223 reais (compra).

(com Agência Estado)


Fonte:VEJA