Como nova aquisição, o Banco do Brasil quer por em prática um plano de expansão orgânica com foco nos brasileiros que vivem nos Estados Unidos

Índice de Basileia do BB está em cerca de 14%, com possibilidade de queda (Lia Lubambo)

Índice de Basileia do BB está em cerca de 14%, com possibilidade de queda (Lia Lubambo)

O Banco do Brasil vai anunciar na semana que vem a compra de um banco de pequeno porte na Costa Leste dos Estados Unidos, disse nesta sexta-feira Aldemir Bendine, presidente da instituição estatal. O plano, segundo o executivo, é desenvolver-se no país a partir da aquisição de forma orgânica, com foco em cidades com alta concentração de brasileiros. “A ideia é ter uma expansão forte num período de dois a três anos”, disse Bendine, durante o Reuters Latin American Investment Summit.

Dentro de seu plano de internacionalização, iniciado há um ano com a compra do argentino Banco Patagônia, o BB também passou a considerar aquisições na Europa, com foco em Portugal. “Daqui a pouco pode ter oportunidades na Europa (…) na crise aparecem oportunidades; Portugal está barato”, afirmou.

Já na África, região para a qual o BB anunciou em agosto a negociação de parceria com Bradesco e Banco Espírito Santo (BES), novidades podem demorar, pois as conversas caminham para a análise individual de cada país. A Líbia já ficou fora. Por outro lado, Angola e Cabo Verde estão mais avançados.

Reforço de capital – Para reforçar sua base de capital, o BB deve voltar à carga com outra oferta primária de ações em 2012. Mesmo depois de ter captado 7,05 bilhões de reais por essa via no ano passado, o índice de Basileia do banco está em cerca de 14%, com possibilidade de queda à medida que a oferta de crédito da instituição se expande fortemente.

A oferta de ações pode ser precedida por uma autorização para aumento de participação de estrangeiros no capital da instituição, hoje restrita a 20%. Nesta semana, o Bradesco anunciou ter pedido aval do Banco Central para elevar o limite da fatia estrangeira no capital votante da instituição de 14% para 45%, e que fará um programa de recibos de ações em Nova York lastreado em ações ordinárias.

“Empresas do porte do Banco do Brasil vão passar a conviver com frequência com aumentos de capital”, disse Aldemir Bendine. Com vistas a ter recursos para empréstimos de longo prazo, o BB também deve fazer este ano sua primeira captação externa com bônus de 30 anos. Além disso, uma captação com dessa espécie com prazo de 100 anos, deve acontecer “em breve”.

Crédito segue forte – A expectativa de ampliação da carteira de financiamentos numa faixa de 17% a 20% neste ano foi mantida, mesmo após as medidas macroprudenciais do BC para conter o ritmo de concessão de empréstimos.

Para Bendine, no entanto, há fatores que concorrem para um cenário ainda benigno do crédito no país, tais como os baixos níveis de inadimplência, devido ao aumento da renda das famílias, e a demanda elevada por recursos para investimentos.

De acordo com o executivo, o banco tem cerca de 85 bilhões de reais referentes a pedidos de recursos para projetos de investimentos. “Desses, na pior das hipóteses, devemos liberar 25 bilhões de reais”, disse. “E ainda vamos entrar em outros grandes projetos de infraestrutura este ano”, completou.

(com Reuters)

Fonte: VEJA