Equipe catalã estava perto de somar seis vitórias consecutivas contra o Real, marca inédita. A dez minutos do fim, com um a menos, time da casa empatou

Messi tenta furar o bloqueio de Marcelo, Alonso e Pepe no clássico deste sábado, no Estádio Santiago Bernabéu, entre Real Madrid e BarcelonaMessi tenta furar o bloqueio de Marcelo, Alonso e Pepe no clássico deste sábado, no Estádio Santiago Bernabéu, entre Real Madrid e Barcelona (Jasper Juinen/Getty Images)

No primeiro round do aguardado combate entre Real Madrid e Barcelona, deu empate. Numa partida emocionante no Estádio Santiago Bernabéu, em Madri, neste sábado, os arquirrivais ficaram no 1 a 1, gols dos astros Messi e Cristiano Ronaldo, resultado que mantém o Barça com uma vantagem de oito pontos sobre o inimigo no Campeonato Espanhol. A taça está praticamente garantida, mas o Real pelo menos impediu um recorde dos catalães – com um gol no finalzinho, evitou que o Barça somasse seis vitórias consecutivas no superclássico, o que derrubaria uma marca do próprio Real nos anos 1960. O próximo encontro é já na quarta-feira, em Valência, na finalíssima da Copa do Rei.

Fazendo jus à fama de melhor treinador do mundo (e o salário anual de 10 milhões de euros), o português Mourinho surpreendeu na escalação e tratou de impedir que o Barça repetisse a goleada aplicada no primeiro turno (5 a 0, no Camp Nou, em novembro). Tirou o meia Ozil, principal articulador de jogadas ofensivas de seu time, e improvisou o brasileiro naturalizado português Pepe, que costuma jogar de zagueiro, no meio-campo. Resultado: o Real não permitiu que o Barcelona colocasse em prática seu estilo de jogo, de intensa troca de passes, envolvendo o adversário até dar o bote final e acertar o gol do rival. O Barça dominou a posse de bola, mas sem ter espaço para jogar.

Com um meio formado por três volantes (Pepe, Khedira e Alonso), o Real barrou as tabelinhas entre Xavi, Iniesta e Messi – e ainda levou algum perigo ao gol do Barça através das jogadas rápidas de Ronaldo, Di María e Benzema, seu trio ofensivo. Ainda assim, não ficou livre de alguns sustos no primeiro tempo, que acabou com duas chances de gol para cada lado. A etapa inicial teve dois duelos: Messi contra Casillas e Ronaldo contra o lateral brasileiro Adriano. Messi testou Casillas aos 18 e aos 43 minutos. O goleiro fez duas grandes defesas. Já Adriano impediu dois gols de Ronaldo – um num desarme dentro da área, outro ao rebater uma bola quase em cima da linha do gol.

Empate também entre craques

O Barça não conseguiu atingir o recorde de seis vitórias consecutivas sobre o Real, mas ao menos duas escritas foram quebradas neste sábado, em Madri. Com um gol cada, ambos de pênalti, Messi e Cristiano Ronaldo conseguiram o fim de seus jejuns no clássico. Messi jamais tinha marcado em um jogo contra um time treinado por Mourinho. Já Ronaldo nunca tinha anotado um gol sequer em partidas contra o Real. A atuação de ambos foi do mesmo nível – sem brilhar intensamente, mas com participação decisiva. Próximo duelo, na quarta.

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O outro lance que levantou o estádio na primeira etapa aconteceu aos 25 minutos. David Villa foi lançado e se chocou contra Casillas na pequena área. O Barça pediu pênalti, mas a arbitragem mandou a jogada seguir. Depois de muita discussão, o zagueiro Piqué, namorado da cantora Shakira, foi advertido com o cartão amarelo. Shakira, aliás, era “homenageada” pelos torcedores mais exaltados do Real sempre que Piqué pegava na bola. O zagueiro ficou marcado negativamente para a torcida de Madri depois da goleada do primeiro turno, quando saiu de campo acenando com os cinco dedos da mão. Apesar disso, o jogo deste sábado foi muito menos tenso que o de novembro.

O segundo tempo começou com o Real mais perigoso – logo aos 4 minutos, Ronaldo acertou a trave numa bela cobrança de falta. No lance seguinte, porém, todo o planejamento de Mourinho foi por água abaixo quando o zagueiro Albiol falhou feio e agarrou Villa na área. Desta vez foi impossível não marcar o pênalti. Albiol foi expulso e Messi bateu bem, abrindo o placar aos 7 minutos. O Real ficava atrás no placar e ainda tinha um homem a menos. Pepe foi recuado para a zaga e a marcação que dificultava a troca de passes do Barça afrouxou. Mourinho colocou Ozil no lugar de Benzema. O capitão do Barça, Puyol, que voltava de contusão, sentiu uma nova lesão e deu lugar a Keita.

Mais à vontade em campo, o Barça seguiu atacando. Acertou a trave aos 16 minutos, com Xavi. Mourinho levou a campo o atacante Adebayor e o lateral Arbeloa, tirando o volante Xabi Alonso e o ponta Di María. No Barça, Pedro deu lugar a Afellay. O jogo, porém, ficou morno – o Barça tratou de trocar passes para garantir a vitória e o Real não tinha forças para compensar a falta de um jogador. Os clubes pareciam conformados com o resultado quando, a só dez minutos do fim, o brasileiro Marcelo invadiu a área e se enroscou com o também brasileiro Daniel Alves. Lance duvidoso que o juiz considerou pênalti. Ronaldo marcou e deixou tudo igual no primeiro de quatro superclássicos.

fonte: VEJA