Por Daniela Milanese
Londres – O projeto para realização dos Jogos Olímpicos de Londres, que celebra nesta quarta-feira a contagem regressiva para o início do grande evento, está passando pela revitalização do bairro de Stratford, uma área industrial totalmente degradada da cidade. Em seis anos, a região viveu uma verdadeira revolução: prédios foram demolidos, terrenos passaram por descontaminação, empregos foram criados, vários hotéis e um enorme shopping já se impõem na paisagem ao redor do Parque Olímpico.
O governo britânico diz que a intenção é dividir toda essa experiência com o Brasil, para a Olimpíada no Rio em 2016. Acordos bilaterais entre os países-sede foram fechados recentemente. “Trata-se de um grande exercício logístico e achamos que compartilhar nosso conhecimento com o Brasil é uma boa maneira de estreitar relações com um País que vem ocupando posição tão importante no mundo”, disse Andrew Mitchell, diretor do ministério de Relações Exteriores para os Jogos de 2012.
Desde abril de 2008, mais de 40 mil pessoas trabalharam na construção do Parque Olímpico e mais de 1,5 mil contratos no valor total de 6 bilhões de libras (R$ 15 bilhões) foram fechados com empresas britânicas.
A organização do evento, entretanto, não está livre de polêmicas e reclamações. O sistema de venda de ingressos por meio de reserva antecipada e sorteio foi bastante criticado – já foram vendidos 3,5 milhões de ingressos.
Embora tenha beneficiado a área de Stratford, as obras também trouxeram transtornos para os residentes, pelo barulho e inconvenientes gerados pela interrupção do trânsito. “É normal nesse estágio, quando a população ainda não aproveitou todo o
benefício, mas 70% das pessoas no país apoiam os Jogos”, disse Mitchell.
A linha de metrô (Jubilee) que dá acesso ao local está recebendo melhorias. Problemas técnicos provocaram paralisações da linha meses atrás, levantando preocupações sobre a capacidade para receber uma multidão de turistas durante os Jogos. A nova estação internacional em Stratford também permitirá o acesso por meio do trem-bala Eurostar, que liga diversas cidades europeias.
Fonte: VEJA