DE BRASÍLIA

O governo Dilma decidiu intervir na regulamentação da compra de terras por estrangeiros porque a subcomissão da Câmara que preparava um projeto de lei estava muito desequilibrada politicamente. Dos 16 integrantes, 15 são da Frente Agropecuária.

Eles aprovariam até o fim do ano uma proposta oposta ao parecer da AGU (Advocacia-Geral da União) assinado em agosto do ano passado pelo então presidente Lula. O texto seria certamente confirmado na Comissão de Agricultura, e o governo teria que derrubar o projeto no plenário da Câmara.

Somente esse grupo de deputados recebeu doações de R$ 7 milhões de empresas do agronegócio e da indústria de celulose. As doações para todos os congressistas eleitos somaram R$ 28,3 milhões.

Entre os parlamentares que mais receberam recursos estão Abelardo Lupion (DEM-PR), com R$ 1,75 milhão, e Marcos Montes (DEM-MG) -R$ 957 mil.

A Cosan, que trabalha nas áreas de energia, alimentos e produção agrícola, fez doações de R$ 1,4 milhão aos integrantes da subcomissão. A Coopersucar contribuiu com R$ 400 mil. A Bunge doou R$ 300 mil. A JBS, mais R$ 320 mil.

fonte: folha de sp