Cidade terá duas balsas de pirotecnia a menos

Gilmar Alves Jr.

Colaboração  para a Folha, em Santos

As tradicionais tendas de verão de Santos, que começaram em 199, não serão montadas nesta temporada pela prefeitura da cidade do litoral de São Paulo em razão da crise financeira.

A queima de fogos no Reveillon será de 16 minutos, um a menos que na última virada. E serão dez balsas para a pirotecnia, duas a menos do que o evento anterior.

Apesar do enxugamento dos custos e do tamanho da festa deste ano, fogos aquáticos e figuras geométricas que lembram as muretas, que são cartão postal do município, estarão mantidos.

“O padrão de qualidade é o mesmo. A mesma empresa, o mesmo formato”, afirmou à Folha o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), tentando atenuar os impactos das mudanças para turistas e moradores de Santos.

A cidade exalta ter nesta época a segunda maior queima de fogos do Brasil, atrás somente do Rio de Janeiro.

Cinco empresas fecharam apoio financeiro à festa e, como contrapartida, terão suas logomarcas nos materiais de divulgação. Segundo Barbosa, a prefeitura não terá custo com o evento, assim como em anos anteriores.

O prefeito, que foi reeleito, diz que a decisão de suspender as tendas nas praias, diante da escassez de recursos, foi baseada também em estudo que apontam baixa frequência entre as segundas-feiras e quartas-feiras.

No futuro, na hipótese de a situação econômica melhorar, Barbosa diz que pretende voltar a implantar as tendas, mas num novo modelo.

Neste ano, sem essas estruturas nas praias, haverá como alternativa apresentações culturais em outros espaços de Santos, como no Emissário Submarino, na Concha Acústica e na Fonte do Sapo.

A programação terá 110 atrações que englobam música, dança, teatro, arte circense e literatura.

Surpresa

A suspensão das tendas causou surpresa entre os munícipes. “Vai ser uma perda relevante”, afirma o música Rafael Costa, 24, vocalista da banda Zimbra. Ele se apresentou em tendas nas temporadas de 2014 e 2015 e diz que elas carregavam uma bagagem cultural forte, permitindo que o público menor de idade também  pudesse acompanhar os shows.

Costa afirma torcer para o novo formato projeto poder trazer a mesma interação entre artistas e público.

O gestor de marketing Felipe Corralo, 24, também ficou surpreso. “Eu frequentava desde muito pequeno”, recordou-se. Para Corralo, a interação entre as pessoas de diversas faixas etárias era um dos pontos fortes.

Outras cidades

A crise fez parte dos municípios da Baixada Santista a não programarem queima de fogos ou ficarem em um cenário indefinido até agora.

A Prefeitura de Bertioga , não realizará a queima de fogos, mas condomínios da cidade e a unidade do Sesc ao investir no show pirotécnico.

Em Cubatão, Peruíbe e Guarujá ainda não havia definição sobre esse tema até esta semana. São Vicente, Praia Grande, Mongaguá e Itanhaém terão queima.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo – publicado no Caderno Cotidiano – B5 – no dia 23 de dezembro de 2016.