ANA PAULA MESTIERI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quem opta por comprar produtos ecologicamente corretos encontra uma infinidade de opções com selos, prêmios e certificações que atestam a não-utilização de meios ou instrumentos de agressão ao ambiente na produção daquele item.
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Mas esse símbolo pode ser apenas marketing ambiental. Isso acontece porque a rotulagem de selos verdes no Brasil é um processo de certificação voluntária_a empresa não é obrigada a aderir a um programa específico e pode criar seus próprios selos e padrões de qualidade.
Os selos chamados independentes têm maior credibilidade do que aqueles criados pela própria empresa –autorregulatório– porque deixam claros as metodologias de classificação.
Eles são elaborados por órgãos reguladores do governo, ONGs ou associações privadas como FSC (Forest Stewardship Council) e ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
RÓTULO
Os consumidores devem procurar o selo no rótulo. Se a origem for desconhecida, devem procurar saber mais sobre o certificador. Se for da própria empresa, precisam conferir se ela explica quais foram os critérios para a sua emissão.
“O consumidor deve verificar o quanto as empresas deixam claro a metodologia e desconfiar de informações evasivas”, alerta Adriana Charoux, do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor).
Guias como o Catálogo Sustentável (www.catalogosustentavel.com.br), da FGV, e o Manual de Consumo Sustentável (www.idec.org.br/ consumosustentavel), do Idec, ajudam na consulta.
O selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica, lançado em janeiro pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), é outra ferramenta para os clientes na hora da compra.
“Traz segurança ao consumidor porque garante que a compra é realmente orgânica. Antigamente, qualquer produtor estampava a palavra orgânico no rótulo”, explica Luiz Mazzon, diretor do grupo Ecocert, uma das certificadoras credenciadas para concessão do selo.
CONSTRUÇÃO
Um dos setores que mais se destaca na procura por certificação verde é o da construção civil.
Segundo a GBC (Green Building Council), que emite um dos selos, o Brasil é hoje o quinto no ranking mundial de empreendimentos verdes.
” As pessoas têm noção desse impacto [da construção] e muitas não se importam em pagar mais por um imóvel sustentável, desde que tenham a garantia de sua eficiência”, diz Marcos Casado, gerente da GBC Brasil.
Identificada como LEED (Leadership in Energy and Enviroment Design), a certificação da ONG avalia critérios como eficiência energética e uso racional de água.
Já o selo AQUA (Alta Qualidade Ambiental), da Fundação Vanzolini, considera a qualidade de vida que o usuário terá, a economia de água e o consumo de energia, a disposição de resíduos, e a contribuição para o desenvolvimento sócio-econômico-ambiental da região.
A instituição acaba de lançar o selo RGMat, dirigido a produtos e materiais de construção sustentáveis.
Para emitir o selo, técnicos examinarão o desempenho ambiental e o ciclo de vida desses materiais, que inclui uma pesquisa sobre o consumo de recursos naturais e a emissão de gases na atmosfera, entre outros elementos.
As certificações oferecem aos fabricantes uma oportunidade de melhorar seus processos de produção –como reduzir o consumo de água e de energia.
Aos arquitetos e projetistas, os selos fornecem mais dados sobre durabilidade e reciclagem dos produtos. Aos varejistas, permitem exibir o desempenho ambiental dos materiais a seus clientes.
A Mãe Terra, empresa de produtos naturais no Brasil, também criou um programa para conscientizar o consumidor. O “Pensando Bem” possibilita o rastreamento dos impactos ambientais dos produtos da marca.
Os sete indicadores avaliados pelo programa são energia, água, CO2 e gases poluentes, insumos e resíduos, uso do solo, biodiversidade e bem-estar animal.
Fonte: Folha.com