A preservação do meio-ambiente continua em alta no mundo da moda. Na próxima edição do Rio-à-Porter, salão de negócios do Fashion Rio, que acontece entre os dias 6 e 9 de novembro no Píer Mauá, a utilização de matérias-primas sustentáveis são as apostas de pelo menos 15 expositores.

Dentre as marcas que se destacam, está a Arte Coletiva, de Silvia Blumberg, que faz parte do Polo Joia Carioca. A designer é conhecida nacionalmente por sua pegada sustentável. Para esta coleção, ela traz joias feitas a partir de pó de madeira e bagaço de cana-de-açúcar. Suas peças já vestiram apresentadores do programa Fantástico e de novelas da Rede Globo, além de ter conquistado o apoio da atriz Isabel Filardis, conhecida por seu engajamento em causas sociais.

Também na área de acessórios, o Polo de Moda de Cabo Frio traz duas marcas que se preocupam com o meio ambiente: Monica Krexa e JS Design Sustentável. A primeira usou a criatividade para transformar alumínio bruto em anéis, colares, braceletes e bolsas-acessórios. A segunda traz somente peças feitas a mão utilizando o papel como matéria-prima. “Sustentabilidade não é mais uma palavra de moda, mas sim uma necessidade, um conceito e uma forma de vida”, ressalta Julieta Sandoval, designer da marca.

Integrante do Polo de São Gonçalo, a Brasis trará camisas feitas com malha pet, fibra de bambu e algodão orgânico com estampas exclusivas e autorais que retratam a cultura brasileira. Conterrânea, a marca Suspirar emplaca uma moda feminina onde a aposta será nos bordados e nas peças jeans feitas com retalhos, que também foram reaproveitados para fabricar bolsas. Do Polo de Itaperuna, a Sianinhas também vai mostrar uma coleção com peças feitas a partir de retalhos de malha e refugo de tecidos reaproveitados.

A InBits, do Polo de Moda NucleUm, aposta em produtos fabricados a partir da cerâmica plástica e em seu processo produtivo não são utilizados resíduos. Já a HAK Aviamentos, do Polo de Moda SInditêxtil, direciona sua preocupação com o meio ambiente para a pós-produção. A empresa possui sua própria Estação de Tratamento de Efluentes, que visa tratar as águas residuais, filtradas o suficiente para serem reaproveitadas no uso doméstico. Do Polo Moda Rio, duas empresas também se destacam por seu trabalho sustentável: a Tristar e a Uprising.

Além dos polos cariocas, outros Estados também apresentam suas grifes preocupadas com a natureza. No Mato Grosso, a ONNG é uma multimarcas de produtos sustentáveis de moda que trabalha com roupas e calçados feitos com algodão orgânico, tecidos de garrafa pet e bambu, assim como outras matérias-primas biodegradáveis ou que agridam menos o meio ambiente. “Somos uma empresa que tem a mesma filosofia das organizações não governamentais ambientalistas. Estamos comprometidos com a sustentabilidade do planeta e só comercializamos produtos feitos dentro desse princípio”, conta Maria Cecília Alves, diretora da ONNG.

No Ceará, a Catarina Mina tem parceria com ONGs, cooperativas e artesãs locais. O foco da marca é unir o design sofisticado e os artesanatos cearenses. A Névora, do Rio Grande do Sul, trará um trabalho diferenciado, como a seda feita com reciclagem de casulos, mesclando o rústico com o delicado. Do Espírito Santo, prezam pela sustentabilidade a Vidativa e a Bio Recicle. Esta última vai trazer roupas de algodão cujo plantio dispensa o uso de agrotóxicos. “Cada vez mais, as pessoas se conscientizam que preservar os recursos naturais para as gerações futuras é um papel de todos. A Bio Recicle faz do simples ato de vestir-se uma experiência de liberdade e compromisso ambiental”, destaca Fernando Passos, estilista da marca.

Fonte: Approach