A região Norte ocupa quase a metade do território nacional e abriga grande parte – 4 dos 6,5 milhões de Km² – da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia. O norte do Brasil é rico em cultura, história e principalmente natureza. Com tantos atrativos as cidades mais importantes de lá atraem milhares de turistas o ano todo, seja para assistir o maior festival regional, o de Parintins ou para apreciar o encontro das águas dos rios Negro e Solimões.

Manaus: Traços da Belle Époque
A ocupação portuguesa onde hoje fica a cidade de Manaus começou a firmar-se em 1669 com a construção do Forte da Barra do Rio Negro. A principal missão dos moradores era proteger o território de holandeses que dominavam o território do atual Suriname. Na região havia uma tribo chamada Manáos que negava submeter-se ao domínio português e constantemente confrontava os colonizadores. As lutas só cessaram quando os moradores do Forte passaram a casar com as índias da tribo, iniciando o processo de miscigenação e dando origem aos caboclos. O nome da cidade que ali surgiu é uma homenagem a essa tribo.
Foi durante a fase áurea da borracha que Manaus ficou conhecida mundialmente, suprindo as fábricas internacionais com o látex da seringueira. Entre 1890 e 1910, a economia manauára cresceu e a cidade expandiu com a imigração de ingleses, judeus, gregos, portugueses, italianos e espanhóis. O crescimento demográfico e o lucro da extração mudaram a capital. Manaus investiu em infra-estrutura como eletricidade, água encanada e telefonia. Instalou bondes elétricos e construi um porto flutuante que acompanhava o leito rio nas épocas secas ou chuvosas. A cidade começou o século XX com mais de 20 mil habitantes, ruas longas, calçadas de granito, palacetes, praças e jardins bem cuidados, monumentos e o luxuoso Teatro Amazonas, umas das sete maravilhas brasileiras.
A partir de 1910, a produção da borracha não era mais monopólio manauára. O latéx de Seringueiras plantadas na Ásia invadiram o mercado, e o preço do produto caiu. Durante 50 anos, Manaus não cresceu, foi abandonada por muitos empresários e o comércio de artigos de luxo desapareceu.
Em 1957 foi criada a Zona Franca de Manaus para estimular o crescimento da região. Durante dez anos, ela manteve-se restrita a um galpão alugado no Porto de Manaus.    O Presidente Castelo Branco assinou o Decreto-Lei n° 288 modificando e ampliando a estrutura da Zona Franca. Expandiu a áerea de incentivos fiscais para toda a Amazônia Ocidental (Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima). No mesmo ano foi criada a Superintêndencia da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) um órgão federal para fiscalizar os incentivos fiscais da Zona Franca. Em Manaus, a área de abrangência estabeleceu-se em 10.000 km² com um Distrito industrial e um agropecuário, criando condições de igualdades com outros centros econômicos atraindo investimentos. Foi quando Manaus virou um grande shopping center para os brasileiros. Viajar para exterior tinha uma série de restrições, enquanto em Manaus havia produtos importados em primeira mão. A partir dos anos 70, o Pólo Industrial de Manaus cresceu e conta hoje com 450 fábricas grandes. O faturamento anual é 18,9 bilhões de dólares.
Atualmente a cidade de Manaus é a oitava maior do país e o município é o quarto mais rico. A cidade atrai consumidores para Zona Franca e turistas. Principalmente os estrangeiros. Cruzeiros sobem o rio Amazonas até o Porto de Manaus, atualmente o maior porto flutuante do mundo. A região portuária foi originalmente construída pelos ingleses. Ao redor da construção, todos os prédios antigos foram construídos de costas para o porto, segundo a tradição inglesa de considerá-lo algo negativo.
A cidade é rica em pontos turísticos históricos e naturais. O teatro Amazonas foi inaugurado durante a fase áurea da borracha e é atualmente o principal patrimônio arquitetônico de Manaus. Foi tombado pelo patrimônio histórico em 1966 pelo Governo do Estado. Tem a capacidade para 701 pessoas e após sua restauração em 1990, passou a sediar o Festival Amazonas de Ópera anualmente. Todos os dias, dezenas de visitantes impressionam-se com o a riqueza do teatro.
Uma outra prioridade para os turistas é o encontro das águas. De barco, pode-se chegar exatamente no ponto onde o Rio Solimões encontra o Rio Negro e, devido as densidades, temperaturas e velocidades diferentes, eles percorrem mais de 6km sem se misturar.

Belém: Cidade das mangueiras
Metrópole da região amazônica, a cidade de Belém possui a maior densidade demográfica da região norte e quase 1 milhão e 400 mil habitantes. Tem um IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal) de 0,7575, sendo a segunda melhor cidade para se viver na região norte.
Foi fundada em 1616, inicialmente com o nome de Feliz Lusitânia. Outros nomes que recebeu ao longo dos anos foram: Santa Maria do Grão Pará, Santa Maria de Belém do Grão Pará e, por fim, Belém.
A cidade foi cenário de uma das mais importantes batalhas do período Regencial, a Cabanagem. Nela os cabanos, índios e mestiços que viviam em más condições nas cabanas às margens dos rios,   comerciantes e fazendeiros se uniram contra o governo. Cerca de 30 mil pessoas morreram durante os cinco anos que se estendeu a revolta. No final, em 1840, o governo conseguiu derrotar os revoltosos.
Ficou conhecida como Paris n’América durante o ciclo da borracha, quando teve grande importância comercial internacional. Prédios notáveis, como o Palácio Antônio Lemos e o Mercado do Ver-o-Peso, foram construídos nesse período.
Atualmente, Belém oferece uma gama de atrações turísticas e culturais, que podem ser aproveitadas durante o ano inteiro. Entre os principais pontos turísticos da cidade destacam-se o Mercado Ver-o-Peso, a Estação das Docas, o Ver-o-Rio, Bioparque, o Complexo Feliz Lusitânia, O Teatro da Paz  e o Círio de Nazaré.
O Complexo Feliz Lusitânia, que fica situado no centro histórico da cidade, reúne quatro marcos históricos importantes de Belém: o Forte do Presépio (que abriga o Museu do Encontro), a praça Dom Frei Caetano Brandão, a Casa das 11 Janelas, a Igreja de Santo Alexandre e a Catedral Metropolitana de Belém.
A capital do Pará é famosa também por ser uma das capitais gastronômicas do mundo, assim sendo não é uma surpresa que a  maior feira livre da América Latina esteja situada lá. É o Mercado Ver-o-Peso, uma construção que data de 1625, e que faz parte de um complexo que ainda abriga a Feira do Açai, o Mercado de Ferro, o Mercado de Carnes, entre outros.
Atraindo 6 mil visitantes por dia, a estação das Docas é um complexo turístico-cultural que abriga três armazéns, sendo referência no turismo nacional. O passeio pelos 500 metros da orla da Baía do Guajará une gastronomia, cultura, moda e eventos, compondo um centro de lazer para os habitantes da cidade. Outro complexo turístico famoso da cidade é o Ver-o-Rio, que em seus 5 mil metros quadrados permite a apreciação da natureza local, além de contar com barracas de comidas típicas, bares e um calçadão de pedra portuguesa.
Pra quem quer apreciar a fauna e flora amazônica, 20 km distante do centro de Belém fica o Bioparque. Um parque privado que possui museus e trilhas, sendo uma representação fiel do ecossistema amazônico.
Símbolo da era de ouro do Ciclo da Borracha e com estilo predominantemente neoclássico, o Teatro da Paz é casa do Festival Internacional de Ópera da Amazônia. Símbolo importante da cidade, o Teatro prefere manter as tradições de outrora, ainda usando na fachada a palavra “Theatro”.

Paritins: Ilha paraíso
Situada na margem direita do rio Amazonas e conhecida por ser a cidade dos bois Caprichoso e Garantido, Parintins recebeu esse nome oficialmente em 1880, devido aos índios parintins que viviam ali antigamente. Apelidada de ilha paraíso foi descoberta em 1796 durante uma expedição da coroa portuguesa que a nomeou ilha Tupinambarana. Hoje em dia possui mais de cem mil habitantes, mesmo número de turistas que são atraídos por ano para o paraíso amazonense.
Dentre os destaques da cidade o maior deles é a Festival de Parintins. Durante o período que vai do dia 24 até o dia 30 de junho de todo ano, os bois Caprichoso (da cor azul) e Garantido (vermelho) desfilam no Bumbódromo levando temáticas como lendas, rituais e costumes dos ribeirinhos para a avenida. É considerado o segundo maior festival folclórico do país, perdendo apenas para o carnaval, acontecendo todo ano desde 1966.
A rivalidade entre os bois é algo intenso, alguns dizem que nem rivalidade de futebol é tão forte. Prova disso é  que um torcedor jamais menciona o nome do boi adversário, apenas se refere a ele como “contrário”. Com tanta rivalidade é proibido durante o festival vaias, palmas, gritos ou qualquer expressão quando o boi adversário se apresenta. Outra curiosidade é que os jurados usam canetas de cor verde, para não influenciar de qualquer maneira no resultado do festival.
Desde 1966 até 2010 foram 47 edições, com o boi Garantido levando vantagem: foram 27 vitórias contra 19 do Caprichoso. No ano 2000 algo inédito aconteceu, o empate entre as duas agremiações.
Além do festival, a cidade tem outros pontos turísticos que atraem visitantes o ano inteiro.
A Vila Amazônica que fica situada ao leste de Parintins, a vinte minutos de barco, onde atualmente moram 67 famílias. Ela foi criada na décade de 20 quando imigrantes japoneses vieram implantar o cultivo da juta (um tipo de fibra têxtil vegetal) e desenvolver a agricultura da região. Além da vila, há a Catedral N.S. do Carmo, construção mais alta da cidade. Foi projetada na Itália e fundada na década de 60. Outra festa importante da cidade, e que se relaciona com a catedral, é a Festa de N.S. do Carmo, que acontece entre 6 e 16 de julho.
Pra quem gosta de pesca, a melhor época do ano para se visitar é de setembro a dezembro, quando os rios estão baixos. Nessa época também pode-se aproveitar as praias e balneários, entre eles as mais famosas: praia do Varre Vento e praia de Taracuera.

Macapá: No centro do Mundo
Para chegar até a única capital do Brasil cortada pela linha do Equador os viajantes de outros estados normalmente viajam de barco ou de avião. Macapá não é interligada às outras capitais estaduais por rodovias. A cidade é a quinta maior da região Norte e, sozinha, abriga 60% da população do Amapá, quase 500.000 habitantes. Antigamente nomeada Adelantado de Nueva Andaluzia pelo rei espanhol Carlo V, a cidade hoje carrega no nome referência à uma típica Palmeira da região: a bacabeira ou Oenocarpus bacaba Mar. Macapá significa lugar de muitas bacabas.
A ocupação do lugar começou com um destacamento militar em 1738. A preocupação era proteger as fronteiras do Brasil colônia. Vinte anos depois, foi construído um pelourinho na praça São Sebastião (atual praça Veiga Cabral). Também conhecido como Picota, a coluna era usada para torturar e expor criminosos. Junto a essa inauguração, Francisco Xavier Mendonça, Capitão General do Estado do Grão-Pará fundou a Vila de São José de Macapá. Dentre as edificações que foram construídas na época destaca-se a Fortaleza de São José de Macapá, preservada até os dias atuais.  Dentro da fortificação a capela, a cadeia, a casa dos soldados e a dos oficiais circundam uma praça central, e nos extremos da muralha de oito metros de altura há torres de vigia.
Antigamente os barcos atracavam em Macapá na Pedra do Guindaste, a cerca de 300 metros da margem do Rio Amazonas. Após uma colisão que destruiu a pedra, foi construído no local um bloco de concreto com uma imagem de São José (padroeiro da cidade) em cima.
Ao lado da Pedra do Guindaste fica o trapiche Eliezer Levy. Contruído nos anos 40, ele foi durante muito tempo o ponto de chegada e saída da cidade. Foi reconstruído com uma estrutura de concreto e tem 472 metros de comprimento. Há um bondinho para transporte de visitantes, restaurante, sorveteria, área coberta e uma pequena praça.
O Museu Histórico Joaquim Caetano da Silva foi inaugurado em 1990, já o prédio que o abriga foi construído em 1895 para ser a Intendência do Amapá. O edifício possui estilo neoclássico, ornamentado com estátuas antropomorfas que representam as artes e a indústria. Dentro dele, todos os períodos da história do Estado estão representados desde as suas primeiras civilizações como a tribo Cunani.
Outro museu da cidade é o Sacaca que homenageia diversos cidadãos da história recente do Amapá. Nele estão reproduzidas as moradias de várias etnias indígenas, de cablocos e das comunidades ribeirinhas. O museu também ministra palestras e promove seminários para a comunidade.
Agora, o ponto turístico mais famoso de Macapá é o Relógio do Sol, monumento que marca o local onde passa a linha imaginária do Equador. Devido a posição da cidade, os moradores e seus visitantes podem testemunhar o equinócio, quando a noite e o dia tem a mesma duração. Acontece anualmente em março e em setembro. O local também abriga em seu terraço um espaço para shows, diversas lanchonetes e lojas para venda de produtos locais.
Dentro do Complexo do Marco Zero fica o sambódromo de Macapá onde se realizam desfiles de escolas de samba, blocos carnavalescos, grandes shows e o festival de quadrilhas de festa junina.

Palmas: A mais nova capital da selva
Foi em 20 de maio de 1989 que se iniciou a construção da última cidade planejada do século XX no Brasil. O Estado do Tocantins foi criado com o desmembramento do norte de Goiás por determinação da constituição de 1988. A capital foi definitivamente instalada em 1° de janeiro de 1990. O nome Palmas é uma homenagem à Comarca de São João de Palma, sede do primeiro movimento separatista da região em 1809. Também é uma referência ao grande número de palmeiras, espécie nativa dessa região de transição de biomas. A cidade vai completar 21 anos e sua população está perto dos 200 mil, 70% das quadras habitadas foram pavimentadas e 98% da população tem acesso a saneamento básico e água tratada.
Palmas fica cercada pelas Serras do Carmo, Lajeado e pelo Rio Tocantins. O planejamento da cidade inclui áreas de preservação o que valoriza o turismo ecológico na região. Dentro da capital o Parque Cesamar é frequentado para prática esportiva. Possui uma pista de corrida e caminhada com 2.840 metros e um lago formado pelo córrego Brejo Comprido usado para canoagem. Além disso há uma trilha de dois mil metros com vegetação típica de Cerrado.
Entre julho e setembro, o Rio Tocantins baixa há oito quilômetros da capital e surge a Praia Graciosa. Ela possui uma das maiores estruturas de praias temporárias do mundo para atender o turista: Barracas comerciais, restaurantes, agências bancárias, postos telefônicos, camping ecológico, opções diferenciadas de lazer, quadras de esporte e pista de motocross.
Outra praia fluvial bastante frequentada é a Praia da Prata. Sua infra-estrutura consegue atender 45 mil visitantes por dia, tornando-se um dos ponto turísticos mais importantes de Palmas. Além das quadras de esporte, do camping, de seis restaurantes e seis quiosques, a Praia do Prata possui uma cerca de proteção contra Piranhas.
Outro ponto turístico é a Feira do Bosque. Ela é realizada todos os domingos das 16 horas às 21 horas no Bosques dos Pioneiros. Atualmente participam 184 artesãos que comercializam produtos de madeira, palha, cerâmica, tecido, ferro e pedra. Há muitas bijuterias de capim-dourado, típico na região. Além de barraquinhas de comidas típicas.
Dentro do município de Palmas, o distrito de Taquaraçu, se destaca pelas belezas naturais. Com um clima mais ameno, a região serrana fica a 32 Km de Palmas e está repleta de cachoeiras. Estão desenvolvendo um pólo de ecoturismo no local, incentivando a conscientização da população para preservação do ambiente.

Roraima: Espírito junino acima do Equador
Roraima possui a única capital estadual do país totalmente no hemisfério norte. Boa Vista foi o primeiro vilarejo a adquirir traços urbanos no estado. No século XIX, várias fazendas estabeleceram-se ao longo dos rios da Bacia Rio Branco. Uma delas desenvolveu-se até formar um pequeno povoado chamado Freguesia de Nossa Senhora do Carmo. Em 1890, o Decreto estadual n° 49 elevou a freguesia a categoria de município de Boa Vista do Rio Branco.
Foi apenas em 1930 que toda região ao redor passou a se chamar Boa Vista. O município de Boa Vista desmembrou-se do Estado do Amazonas e passou a ser parte do Território Federal do Rio Branco. Apenas em 1962 o nome do Território mudou para Roraima. O estado foi criado com a Constituição de 1988.
A cidade fica na margem esquerda do Rio Branco e possui uma temperatura anual média de 27,4°C com elevada umidade no ar. Boa Vista é toda plana e foi planejada para ter o formato de um leque e ser bem arborizada. Muitas das construções mais próximas ao rio possuem um estilo neoclássico, que tentava resgatar traços românticos das formas gregas e romanas da antiguidade.
A capital recebeu muito imigrantes a partir de 1980 por causa da atividade garimpeira. Enquanto que em 1950 havia 5132 habitantes, o censo do IBGE de 2010 calculou uma população de quase 300 mil habitantes. Boa parte dos novos moradores vieram do nordeste. A cultura local carrega os traços do povo do sertão e muito dos grupos indígenas. Roraima é um dos estados que conta com a maior população de índios.
O Centro de Artesanto, Turismo e Geração de Renda Velia Coutinho é um complexo turístico onde é possível apreciar o artesanato roraimense, tão influenciado pela arte indígena, além de comprar algumas peças. O espaço também promove shows e aulas de ginásticas. Possui restaurantes e lanchonetes.
Um outro local com opções gastronômicas muito frequentando é a Orla Taumanan, no Rio Branco. Todos os dias, essa área florida e ventilada é frequentada por turistas que admiram o visual do rio e curtem música ao vivo.
Uma boa época para visitar Boa Vista é durante as festas juninas. A herança nordestina proporciona diversos arraiás com competições de quadrilha, casamentos, brincadeiras, teatro e comidas típicas.

Rio Branco: Capital das seringueiras
Situado às margens do rio Acre,  Rio Branco se tornou município oficialmente em 1913. Seu nome é uma homenagem ao Barão do Rio Branco, que teve papel decisivo na história acreana, sendo um dos principais nomes do tratado de Petrópolis, que foi firmado entre Brasil e Bolívia no ano de 1903. Nesse tratado foi cedido ao Brasil a posse do estado acreano, antes território boliviano, e o direito de exploração da borracha na região. Pelo pedaço de terra o Brasil pagou à Bolívia o equivalente a 2 milhões de libras esterlinas da época.
Hoje com mais de trezentos mil habitantes possui quase metade da população do estado do Acre. A cultura da região tem forte influência nordestina, já que devido ao ciclo da borracha, no final do século XIX e início do século XX, atraiu milhares de migrantes nordestinos para lá. Até hoje a culura e gastronomia do estado tem forte conexão com o nordeste.
Os atrativos turísticos da cidade variam desde museus até o Mercado Velho. Entre os principais museus se destacam o da Borracha e o Palácio do Rio Branco.
O Museu da Borracha, localizado numa velha mansão, possui uma coleção com vasos, urnas de funeral, cestas e cerâmicas indígenas, objetos que eram usados para coletar latex, além de armas que foram utilizadas durante a revolução junto com itens usados no ritual espiritual do Santo Daime.
O Museu Palácio do Rio Branco era sede do governo estadual até o ano de 1992. Foi transformado em museu em 2008 e até hoje expõe fatos importantes da história do estado, através de fotos e áudios.
O calçadão das Gameleiras é outro ponto principal da cidade, ele fica situado na rua em que Rio Branco foi fundada. Seguindo essa rua se encontra a Fundação de Cultura Elias Mansour, onde se exibem trabalhos de artistas famosos do estado, como Rodolfo Bader e Hélio Melo.
Por fim, o Mercado Velho, que fica localizado na Praça da Bandeira e é uma das primeiras construções de alvenaria da década de 20. Passou por uma obra de revitalização e hoje abriga lojas, vendas, bazares, lanchonetes e cafés.
A região tem grande potencial para o ecoturismo, a imensa biodiversidade amazônica está presente no estado. A maior prova disso é o Parque Nacional da Serra Divisor do Brasil, o quarto maior do país com 843 mil hectares. Criado em 1989 devido à pressões de ambientalistas, o parque possui a única cadeia de montanhas do Acre e tem grande parte do seu território preservado, graças às dificuldades impostas pela natureza geográfica à ocupação humana na região. O parque é proibido para visitação.  Há registros de que dentro do parque existem  fósseis, às margens do rio Juruá.

Porto Velho: Mosaico de culturas
Transformada em capital de Rondônia em 1943 hoje a cidade de Porto Velho possui mais de 400 mil habitantes. Seu nome se deve ao fato de a cidade ter sido um antigo porto para escoação da borracha produzida e para auxiliar na construção da ferrovia, mas com o tempo foi substituído por outro porto amazônico de melhor acesso. Assim  nasceu de instalações ferroviárias, portuárias e residenciais da Madeira-Mamoré Railway em 1914.
Com uma cultura variada, devido a grande migração de pessoas de todas as regiões do país, principalmente a partir da década de 80, a cidade também atrai turistas do Brasil todo devido ao seu patrimônio histórico e natural.
A  Capela de Santo Antônio é um dos mais significativos pontos turísticos da cidade, ela foi erguida em 1914, logo que a construção da ferrovia Madeira-Mamoré foi concluída. Também tem grande importância para a comunidade local por estar situada perto da cachoeira de mesmo nome.
Outra obra urbana que faz parte da história rondoniense são as Três Caixas d’água,  apelidadas de Três Marias. Elas foram construídas em 1910 e 1912 e estão situadas no centro antigo da cidade,  onde ficam visíveis para diversas partes do município. São símbolos da capital e fazem parte da história da construção da ferrovia.
Entre outros atrativos da cidade estão o parque Circuito, o Vale do Cuinã a Vila Candelária e o Museu Internacional do Presépio. Tudo isso compondo o rico mosaico cultural, natural e histórico do município.

Texto: Jennifer Hartmann e Laís Souza