A lista de animais com comércio proibido devido ao alto risco de extinção –na qual está incluído o elefante e que será aumentada com o atum vermelho– poderá ser ampliada com a entrada do urso polar.
Os Estados Unidos apresentaram um projeto para que a proibição seja imposta na sessão da Convenção de Nações Unidas sobre o Comércio Internacional de Espécies em Perigo de Extinção (Cites), que reunirá os 175 países membros em março em Doha.
Esse projeto quer a inscrição do urso polar no anexo 1 da Convenção, o que implicaria proibir seu comércio internacional.
Influentes organizações ecológicas, como o Fundo Internacional para a Proteção de Animais (Ifaw, em inglês), defendem a proposta norte-americana de inscrever o urso polar no anexo da Cites.
Mas a proposta é contestada por uma das principais organizações de luta contra o tráfico de espécies, Traffic, e pela União Mundial para a Natureza (UICN), que acredita que a pior ameaça sobre o urso branco é a mudança climática e o degelo do Ártico, por causa do aquecimento do planeta.
“A principal ameaça contra o urso polar é a redução de seu hábitat e o aquecimento. O comércio, ou inclusive o contrabando, não representam uma ameaça significativa”, disse Richard Thomas, da Traffic, sediada em Londres.
Quem consome carne do Ursus maritimus, sua pele ou seus dentes a ponto de ameaçar a sobrevivência da espécie? As populações do Ártico, como os inuit, comem carne de urso polar e produzem roupas e artesanatos com suas peles.
Os esquimós se opõem ao animal ser declarado em perigo de extinção, insistindo na importância para a economia local da caça, por exemplo.
O urso branco é um dos animais mais procurados pelos caçadores, que veem nele um troféu.
Folha de São Paulo