Após a identificação de um novo ponto de vazamento no desastre da plataforma Deep Horizon, nos EUA, autoridades informaram que o vento pode empurrar a mancha de petróleo para a costa da Louisiana até sexta-feira.

O alarme levou oficiais locais a tomarem medidas mais emergenciais para proteger o meio ambiente na área costeira que pode ser atingida, incluindo estratégias para afastar pássaros da região, informou o jornal americano “New York Times”.

Para Mary Landry, almirante da Guarda Costeira dos EUA, o desastre ambiental poderia ser ainda mais grave. “É prematuro afirmar que trata-se de uma catástrofe. Eu diria que é um problema muito sério”, afirmou.

No entanto, Landry indicou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, foi notificado da recente descoberta de um novo ponto de vazão de óleo no local.

Na madrugada desta quinta-feira a Guarda Costeira americana identificou um novo ponto de vazamento no desastre com a plataforma de petróleo Deepwater Horizon, que lança cinco mil barris de petróleo por dia nas águas do Golfo do México.

A descoberta significa que o problema ambiental é de gravidade muito maior do que as autoridades acreditavam nos primeiros dias que se seguiram à explosão da plataforma. O volume é ao menos “cinco vezes superior ao estimado anteriormente”, informou o oficial Erik Swanson.

Equipes de emergência iniciaram hoje a queima controlada da gigantesca mancha de petróleo diante da ameaça de o óleo chegar à costa da Louisiana.

“É incendiada com uma pequena boia que se desloca pela mancha e a inflama. A queima ocorre satisfatoriamente”, disse o oficial da Guarda Costeira Cory Mendenhall sobre a operação para paliar os efeitos do vazamento provocado pelo afundamento da plataforma petroleira diante da costa americana, na quinta-feira passada.

A drástica decisão de atear fogo à maré negra foi adotada após a mancha chegar a cerca de 40 km dos pântanos de Louisiana, hábitat de diversas espécies.

Controle
Uma frota de barcos da Guarda Costeira e da companhia britânica de petróleo BP empurrava as partes mais densas da mancha para uma barreira flutuante resistente ao fogo.

“O plano é queimar, de forma restrita e controlada, milhares de galões de petróleo, e cada operação dever durar cerca de uma hora”, explicaram as autoridades e a BP.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) americana advertiu mais cedo que os fortes ventos de sudeste previstos para os próximos dias poderão empurrar a maré negra para os pântanos da Louisiana.

A plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP, afundou na quinta-feira passada 240 km a sudeste de Nova Orleans, dois dias depois de uma explosão que causou a morte de 11 trabalhadores.

A queima da mancha de petróleo para proteger a costa provocará seus próprios problemas ambientais, criando enormes nuvens de fumaça tóxica e deixando resíduos no mar.

Na terça-feira, fracassaram as tentativas de fechar dois focos de vazamento no oleoduto ligado à plataforma, realizadas por quatro submarinos robotizados a 1.500 metros de profundidade.

FSP